Chega quer explicações sobre nomeação na Unidade de Saúde da ilha do Corvo
16 de mai. de 2022, 15:07
— Lusa/AO Online
Em
declarações à agência Lusa, José Pacheco, que tem um acordo de
incidência parlamentar com o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), criticou
a nomeação do médico e antigo candidato do PPM Paulo Margato para a
presidência do conselho de administração da USIC, anunciada depois da
cessação de funções do anterior responsável, António Salgado, a meio do
mandato.“Quando andam para aí a dizer que o
Chega é que faz chantagem, são os próprios partidos e parceiros desse
trio [PSD/CDS-PP/PPM] que parece que andam a fazer chantagem uns com os
outros. Assim não chegamos lá. Isso é uma vergonha”, declarou.O
deputado regional revelou que o Chega vai pedir “explicações formais
através de um requerimento” a apresentar na Assembleia Legislativa
Regional.“Isso é tudo o que nós não defendemos. Há que por um ponto final nisso. São nomeações atrás de nomeações”, reforçou.Para José Pacheco, “não existia nenhuma razão para a nomeação”.O deputado considera estar em causa “claramente de um favorecimento partidário”.“Não
vamos abdicar dos nossos princípios, nem compactuar com esse compadrio e
com esse tráfico de influências. Talvez esteja na altura de voltarmos a
questionar sobre o gabinete contra a corrupção e começar a apresentar
as devidas queixas lá”, afirmou.Pacheco
referia-se à criação do gabinete que consta do acordo de incidência
parlamentar assinado entre o Chega e a coligação PSD/CDS-PP/PPM.Sem
o apoio do Chega, o Governo Regional dos Açores, que também depende do
apoio da IL e do deputado independente Carlos Furtado (ex-Chega), não
tem a maioria no parlamento açoriano.Na
sexta-feira, o secretário da Saúde do Governo dos Açores revelou que o
médico e antigo candidato do PPM Paulo Margato foi nomeado presidente do
conselho de administração da Unidade de Saúde do Corvo.Em
declarações à agência Lusa, Clélio Meneses rejeitou que exista qualquer
problema ético na nomeação de Margato devido ao médico ter sido
candidato pelos monárquicos às eleições regionais de 2020, advogando que
“ninguém está impedido de ser nomeado para cargos por ter sido
candidato por qualquer partido”.“O PS,
durante anos e anos, os seus candidatos, foram nomeados para cargos,
conforme aconteceu com o PSD. Neste caso, havendo uma solução
governativa assente em três partidos, nada mais normal que um nomeado
que tenha sido candidato por um dos partidos. Decorre do próprio
processo democrático. Não vejo qualquer tipo de problema”, declarou.O
BE acusou no sábado o Governo Regional de partidarizar a administração
pública e pediu esclarecimentos sobre a exoneração do presidente da USIC
a meio do mandato.Na sexta-feira, cerca
de uma centena de corvinos manifestaram-se contra a decisão do executivo
em frente ao Centro de Saúde do Corvo, noticiou a RTP/Açores.