Autor: Lusa/AO Online
"O Chega decidiu chamar de urgência o ministro [João Costa] ao parlamento e vai marcar para quinta-feira um debate de urgência no plenário da Assembleia da República sobre as greves na educação e sobre o caos que está instalado no ensino", adiantou o presidente do partido.
Em conferência de imprensa na sede nacional do Chega, em Lisboa, André Ventura indicou que o pedido já foi submetido e considerou que o ministro da Educação tem de "dar explicações ao país todo e de forma clara sobre as exigências que estão a ser feitas" pelos professores.
"Sabemos que há rondas negociais dias 18 e 20, quarta e sexta, e o que queremos é que o ministro dê o esclarecimento ao país na quinta-feira sobre o que é que está em cima da mesa, como é que as negociações estão e o que está a ser feito para evitar que todos os distritos tenham situações de greve ao longo dos próximos dias", disse.
André Ventura defendeu que as reivindicações dos professores "são legítimas" e acusou o Governo de "fugir às negociações ou quando as faz finge que negoceia para na verdade deixar tudo na mesma", considerando que isso se deve a uma "prepotência da maioria absoluta".
"O Governo sabe que isto está a prejudicar milhões no país inteiro, mas insiste em não negociar, produzindo um braço de ferro que acha que pode deixar a direita sem condições políticas ou em dificuldade política", criticou, alertando para os impactos que as escolas fechadas têm nas famílias e nas aprendizagens dos alunos.
A greve de professores, convocada por uma plataforma de oito organizações sindicais, começou hoje em Lisboa e prolonga-se por 18 dias nos restantes distritos do país.
Esta greve realiza-se ao mesmo tempo em que decorrem outras duas paralisações: uma greve por tempo indeterminado, convocada pelo Sindicato de Todos os Professores (STOP), que se iniciou em 09 de dezembro e vai manter-se, pelo menos, até ao final do mês, e uma greve parcial ao primeiro tempo de aulas convocada pelo Sindicato Independente de Professores e Educação (SIPE), que deverá prolongar-se até fevereiro.
Os professores contestam algumas das propostas apresentadas pelo Ministério da Educação no âmbito da negociação da revisão do regime de mobilidade e recrutamento de pessoal docente, mas reivindicam também soluções para problemas mais antigos, relacionados com a carreira docente, condições de trabalho e salariais.
O líder do Chega comentou também a proposta do BE para clarificar que as barragens pagam IMI.
André Ventura mostrou-se favorável, mas considerou que "é um pouco inconcebível que os partidos queiram alargar o pagamento de IMI a outras entidades, e bem, mas não aceitem que os próprios partidos paguem IMI dos seus imóveis".
"Nada contra,
perfeitamente de acordo, desde que o projeto de lei vá mais longe e
ponha os partidos também a pagar o IMI que têm de pagar sobre os imóveis
que têm, sobre as sedes que têm na capital e em todos os distritos do
país", defendeu o presidente do Chega.