Chega propõe que lucros da banca financiem programas de apoio à habitação
18 de ago. de 2023, 11:39
— Lusa/AO Online
Na exposição
de motivos do diploma, que deu entrada no parlamento na quarta-feira, o
Chega argumenta que o “custo da habitação continua a aumentar”, com
várias famílias a “experienciar sérias dificuldades em encontrar imóveis
disponíveis para arrendamento, ou conseguir obter crédito para a
respetiva aquisição a um preço suportável”.O
partido considera que, “por um lado, o aumento dos preços das casas tem
contribuído para a desigualdade social” e, por outro, “o aumento do
volume de empréstimos tem vindo a aumentar o endividamento das famílias e
a criar vulnerabilidades financeiras”.“O
desafio é, portanto, encontrar formas de assegurar que o mercado
imobiliário continue a funcionar eficientemente, enquanto ao mesmo tempo
se minimizam os riscos associados ao aumento dos preços das casas e do
volume de empréstimos”, lê-se no diploma. Neste
contexto, o partido recorda que, em dezembro de 2022, o parlamento
aprovou uma proposta do Governo para taxar sobre lucros excessivos no
setor da energia e da distribuição - que contou com o voto contra do
Chega -, defendendo que se trata de uma medida com o “objetivo de
garantir que aqueles operadores económicos que obtêm lucros
significativos em tempos de crise contribuam de maneira justa para os
esforços de recuperação”.“Nesta linha
estratégica de atuação, propõe-se, portanto, com o presente projeto de
lei, a ampliação desta medida e que, nesta lógica, seja criada uma
contribuição solidária temporária, a ser aplicada sobre estes lucros
extraordinários no setor da banca”, refere-se.A
taxa aplicada corresponderia a 40% dos lucros excedentários registados
pela banca em 2023 e 2024, calculados com base na média dos lucros
tributáveis entre 2019 e 2022. O Chega defende que esta medida deve ser
temporária para “manter a viabilidade financeira das instituições de
crédito no longo prazo”.O partido propõe
que a contribuição seja “direcionada exclusivamente para o financiamento
de programas de apoio à habitação”, designadamente em subsídios para
pagamentos de hipotecas, medidas de apoio a programas de reestruturação
de dívidas ou de apoio à habitação acessível.“Acreditamos
que esta medida é um meio eficaz e equitativo de garantir que todos os
setores da sociedade contribuam para a solução de um problema que afeta
uma grande parte da população”, defende-se.