Chega espera que PR tenha falado com Santos Silva e diz que "escalada de conflito não interessa a ninguém"
27 de jul. de 2022, 17:42
— Lusa/AO Online
Em declarações aos
jornalistas na sede do partido, em Lisboa, André Ventura foi questionado
sobre o almoço de Marcelo Rebelo de Sousa e Augusto Santos Silva, no
Palácio de Belém, dois dias antes da audiência do líder do Chega, e
disse imaginar que os dois tenham falado “sobre o que se passou na
Assembleia da República e o que se está a passar”.“O
que eu espero é que o Presidente da República tenha feito esse papel de
garante da democracia, de garante das instituições, no sentido de
chamar a atenção ao presidente da Assembleia que não pode continuar
assim e que a escalada deste conflito com o Chega não é bom nem para a
democracia, nem para as instituições”, defendeu.Na
ótica de Ventura, “não cabe ao Presidente da Assembleia da República
ser um comentador de propostas dos partidos” e classificou como
“caricata” a decisão de Augusto Santos Silva de pedir um parecer à 1.ª
comissão antes de decidir se admite ou não o projeto de resolução do
Chega que visa condenar o seu comportamento.Considerando
que o presidente do parlamento “praticamente está a impedir subir ao
plenário um voto de censura a si próprio”, o líder do partido de
extrema-direita defendeu que “não fica bem ao presidente da Assembleia
estar a tentar vetar uma resolução de censura sobre si próprio”, e
alegou que Santos Silva quer “ficar com carta branca para não poder ser
censurado até ao fim do seu mandato”.Quando
se encontrar com o Presidente da República na sexta-feira, o líder do
Chega vai defender que “a escalada do conflito não interessa a ninguém, a
escalada da conflitualidade institucional não será boa, sobretudo
quando o Chega é a terceira maior força do parlamento e pode levar no
limite ao bloqueio das instituições com comissões de inquérito, com
projetos de censura, com moções de censura e eu acho que isso não
interessa a ninguém”.“E espero que haja
recetividade de Marcelo Rebelo de Sousa para discutir a questão e pelo
menos para conseguirmos amenizar a situação porque temos uma legislatura
para cumprir”, apontou.Questionado também
sobre o caso noticiado por alguns órgãos de comunicado social da
alegada ameaça de violência física do líder parlamentar do Chega a um
assessor do PS, nos corredores da Assembleia da República, o líder do
partido disse que tem “total confiança” em Pedro Pinto.André
Ventura alegou também que o seu colega de bancada “foi o primeiro a ser
alvo de provocações, de insinuações e de agressão verbal por parte de
um agressor do PS” e que “agiu sobre provocação”. O
Presidente da República e o presidente da Assembleia da República
almoçaram hoje juntos no Palácio de Belém durante aproximadamente hora e
meia.Em declarações aos jornalistas no
final do encontro, Augusto Santos Silva afirmou que convidou Marcelo
Rebelo de Sousa para estar presente na sessão solene comemorativa dos
200 anos da aprovação da primeira Constituição portuguesa, e que o chefe
de Estado aceitou o convite.Antes da
chegada de Santos Silva ao Palácio de Belém, às 13:00, fonte da
Presidência referiu aos jornalistas que o almoço entre as duas mais
altas figuras do Estado português é uma tradição que Marcelo Rebelo de
Sousa tem antes das férias parlamentares, e que também cumpriu com o
anterior presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues.Questionado sobre o assunto da audiência de André Ventura, o presidente da Assembleia da República não se pronunciou.