Chega e BE exigem responsabilidades ao Governo dos Açores sobre empréstimo da SATA
24 de set. de 2024, 16:11
— Lusa/AO Online
“Isto é
um ato de gestão ruinoso, a operação foi feita em 2022 e o dinheiro foi
reembolsado em 2023, portanto, não vemos qualquer utilidade neste
empréstimo. Não passa de uma engenharia financeira que nós não
entendemos”, disse à Lusa Francisco Lima, deputado do Chega, após ter
recebido do executivo (PSD/CDS-PP/PPM) e da companhia aérea “informações
confidenciais” a propósito desse empréstimo.Anteriormente,
numa audição parlamentar, o Governo Regional explicou que o empréstimo,
contraído pelo prazo de cinco anos, junto da instituição financeira ‘JP
Morgan’, destinava-se apenas a comprovar junto da Comissão Europeia que
a SATA (que se encontrava em processo de reestruturação) tinha
capacidade financeira para se endividar, sem interferência do acionista,
o executivo açoriano.“Temos dúvidas
quanto à legalidade e à legitimidade da SATA de tomar esta decisão e o
Chega decidiu que vai enviar para o Tribunal de Contas um pedido de
parecer sobre a legalidade destes atos praticados”, adiantou Francisco
Lima.Para o deputado do Chega não se
justifica que a transportadora aérea açoriana, que atravessa graves
dificuldades financeiras, tenha recorrido à banca em condições tão
desvantajosas, tendo recebido apenas 24 dos 60 milhões de euros
acordados com a instituição financeira (36 milhões de euros ME retidos
pela JP Morgan), e tendo pagado cerca de seis milhões de euros em juros.“A
SATA foi, basicamente, gastar dinheiro e entregar a um grande banco
europeu seis milhões de euros, numa situação em que não tinha qualquer
necessidade. Um negócio completamente ruinoso, que não devia ter sido
feito desta forma”, corroborou o deputado do BE António Lima.“Uma empresa que está em
dificuldades, e em processo de suposta recuperação, não se pode colocar
numa situação em que o remédio, por assim dizer, é pior que a doença”,
ironizou o parlamentar bloquista, referindo-se à atual situação
financeira da empresa e às condições desvantajosas do empréstimo.Por
isso, acrescentou, para o BE é importante que o Governo Regional,
liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, explique qual o
futuro que pretende para a companhia aérea açoriana, perante este
“descalabro financeiro” e se a operação da SATA irá sofrer alterações,
por via destas dificuldades.Além das
responsabilidades financeiras, o Chega e o BE pretendem também apurar as
responsabilidades políticas por este caso de “má gestão” na SATA.