Chega coloca pendões na fachada do edifício da Assembleia da República
29 de nov. de 2024, 10:01
— Lusa/AO Online
As
faixas foram colocadas nas fachadas principal e lateral do edifício da
Assembleia da República e também no chamado edifício novo do parlamento,
estando penduradas em várias janelas, com a inscrição "OE2025 aumenta
salários dos políticos. Vergonha".Além
desta inscrição, existem também pendões em tom de vermelho com
montagens de fotografias do primeiro-ministro, Luís Montenegro, do
secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, e do líder do CDS-PP, Nuno
Melo, como se estivessem a mostrar dinheiro em frente à cara.Vários
deputados estavam dentro do edifício, junto às janelas que estavam
abertas, enquanto a comunicação social recolhia imagens.O líder do Chega, André Ventura, divulgou uma fotografia nas suas redes sociais com um dos pendões."Hoje
não podíamos deixar passar. Num momento em que não há dinheiro para
pensões ou baixar impostos, os partidos aumentaram os salários dos
políticos neste Orçamento. Não passarão impunes!", escreveu na
publicação.Em causa não está o aumento dos
salários, mas o fim do corte aos vencimentos que foi aplicado em 2010
no contexto da crise financeira que levaria ao pedido de ajuda externa
por parte de Portugal em 2011.A proposta
para a reversão do corte de 5% dos vencimentos dos políticos foi
aprovada na quinta-feira no parlamento, nas votações na especialidade do
Orçamento do Estado para 2025.A proposta
do PSD e CDS-PP apontava que "volvidos mais de 10 anos, todas as medidas
aprovadas no âmbito da consolidação orçamental de redução de défice
excessivo e de controlo do crescimento da dívida pública foram
revogadas", com exceção das que ditavam a redução em 5% do vencimento
mensal ilíquido dos titulares de cargos políticos e dos gestores
públicos executivos e não executivos, incluindo os pertencentes ao setor
público local e regional, e dos equiparados a gestores públicos."Assim,
é da maior justiça a reposição da situação remuneratória dos titulares
de cargos políticos e dos gestores públicos executivos e não executivos,
incluindo os pertencentes ao setor público local e regional, e dos
equiparados a gestores públicos, mediante a revogação da redução em 5%
do respetivo vencimento mensal ilíquido", lê-se na proposta.O
fim do corte do vencimento de políticos, medida que foi iniciada em
2010 no âmbito do chamado PEC [Programa de Estabilidade e Crescimento]
II, foi aprovado com os votos contra do Chega, IL, Livre e BE, abstenção
do PCP e votos a favor dos demais.O PS
também tinha uma proposta sobre este tema, mas como a do PSD/CDS-PP foi
aprovada primeiro, esta acabou por já não ser votada.A
líder parlamentar do PS já tinha garantido que os socialistas iriam
viabilizar a proposta do PSD para acabar já em 2025 com os cortes de 5%
nos vencimentos de titulares de cargos políticos e gestores públicos.O
ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, disse que a eliminação
do corte de 5% nos vencimentos dos políticos terá um custo de cerca de
20 milhões de euros.