Chega, autor e vítima de desinformação nas europeias
29 de jun. de 2024, 10:30
— Lusa
“Houve
várias situações em que o Chega propiciou a desinformação. É um
bocadinho como aquela expressão popular: ‘Quem com ferro mata com ferro
morre’”, afirmou à Lusa o sociólogo e coordenador do MediaLab, instituto
de estudo de ciências da comunicação integrado no ISCTE – Instituto
Universitário de Lisboa, que desenvolveu o projeto com a Comissão
Nacional de Eleições (CNE) para detetar e prevenir eventuais notícias
falsas antes das europeias.Apesar de
considerados pouco graves, os investigadores registaram vários casos
durante a campanha, dois deles envolvendo o Chega.Um
vídeo originário da Síria com uma estátua da Virgem Maria, datado de
2013 e divulgado na campanha eleitoral das europeias nas redes sociais
do Chega, foi considerado como desinformação pelos especialistasE
André Ventura, líder do Chega, foi o primeiro líder político em
Portugal cuja voz foi manipulada por inteligência artificial (IA) num
vídeo de publicidade enganosa com conteúdo político, num caso claro de
desinformação com motivação económica.“A
tentação de utilizar dimensões desinformativas”, que deram sucesso ao
Chega nas redes sociais, teve como consequência “ser a vítima central da
desinformação nestas eleições”. O partido de Ventura e os seus candidatos “foram mais atacados” pela via desinformativa, disse Gustavo Cardoso.O
MediaLab e a Comissão Nacional de Eleições assinaram um protocolo para o
período da campanha das europeias, e a que a Lusa se associou, com o
objetivo de detetar e prevenir eventuais notícias falsas até ao dia da
votação.