Chega anuncia processo judicial contra António Costa
12 de nov. de 2020, 15:47
— Lusa/AO Online
“A Direção Nacional do Chega,
após reunir em plenário, decidiu avançar judicialmente contra o
primeiro-ministro português, dr. António Costa, por ter apelidado o
partido de ‘extrema-direita, xenófoba e racista’ e ‘o pior que existe na
Europa’, lê-se em comunicado.Segundo os
dirigentes da força política dirigida por André Ventura, “o Chega é um
partido legítimo, legalizado pelo Tribunal Constitucional português e,
portanto, nunca poderia ter as características criminosas que são
elencadas” pelo chefe do Governo”.“António
Costa terá de responder pelas afirmações que fez, previsivelmente junto
do Supremo Tribunal de Justiça”, prevê a direção do Chega.O
partido anunciou ainda que vai entregar “um voto de condenação formal
na Assembleia da República ao primeiro-ministro “pelas lamentáveis
declarações feitas e que colocam em causa não apenas o Chega como também
o PSD e o CDS, devido ao atual contexto de governação nos Açores”,
desejando que sociais-democratas e democratas-cristãos votem
favoravelmente.“Por fim, o Chega lamenta
que um primeiro-ministro revele total desnorte e desonestidade num
momento em que começa a ver o poder fugir-lhe das mãos e não hesite em
denegrir se forma brutal e mentirosa os seus adversários políticos”,
lê-se ainda.Segunda-feira em entrevista à
TVI, António Costa defendeu ser um fator "da maior gravidade" os
sociais-democratas em Portugal terem dado "um passo que a direita
democrática na Europa tem resistido a dar, que é fazer um acordo com um
partido da direita xenófoba".O líder do
PSD-Açores, José Manuel Bolieiro, foi indigitado no sábado presidente do
Governo Regional pelo representante da República para os Açores, Pedro
Catarino.O PS venceu as eleições
legislativas regionais, no dia 25 de outubro, mas perdeu a maioria
absoluta, que detinha há 20 anos, elegendo 25 deputados.PSD,
CDS-PP e PPM, que juntos representavam 26 deputados, anunciaram esta
semana um acordo de governação, tendo alcançado acordos de incidência
parlamentar com o Chega e o Iniciativa Liberal (IL).Com
o apoio dos dois deputados do Chega e do deputado único do IL, a
coligação de direita soma 29 deputados na Assembleia Legislativa dos
Açores, um número suficiente para atingir a maioria absoluta.