Chega ameaça quebrar entendimento nos Açores se PSD viabilizar Governo do PS
Legislativas
16 de nov. de 2021, 10:48
— Lusa/AO Online
Numa
conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa, André Ventura
reagiu às palavras do líder do PSD, Rui Rio, que, numa entrevista à
Antena 1, afirmou que abdicaria de formar um Governo caso isso
dependesse do Chega. Segundo o líder do
Chega, o raciocínio de Rui Rio mostra que “o que está em causa nestas
eleições” é a “escolha de um bloco central de governação ou a escolha de
uma via alternativa”, e defendeu que o líder do PSD “prefere governar
com o PS do que formar uma coligação com diversos partidos da direita
parlamentar”. “Ao definir este trajeto,
fica claro que o PSD deve começar a ser tratado como um partido de
centro-esquerda e um aliado do PS, o que deve levar os eleitores da área
política do centro-direita e da direita a pensar várias vezes antes da
colocação do seu voto na urna eleitoral”, indicou. André
Ventura frisou ainda que o objetivo da direita deve ser o de “governar e
retirar a maioria à esquerda parlamentar, ter a capacidade de delinear e
aprovar reformas fundamentais para o país, desde a justiça à atividade
económica, desenvolver uma política de aumento de salários e pensões,
arredar a extrema-esquerda de qualquer influência no parlamento ou no
executivo”.“Admitir o contrário, admitir
um apoio direito ou indireto ao Governo socialista, é uma traição ao
eleitorado: é isso que Rui Rio está a fazer”, realçou. O
líder do Chega apelou assim “à criação de uma grande plataforma de
diálogo entre os partidos da direita parlamentar”, o que poderia
“ocorrer já em dezembro, após os congressos de todos os partidos”, com o
objetivo de “encontrar a fórmula necessária para afastar de vez o PS do
poder”. Ventura considerou que, caso a direita não o faça, está a “trair o eleitorado e a desmerecer a confiança neles depositada”.“Se
o PSD der as mãos ao PS no Governo nacional, permitindo a continuidade
do marasmo em que andamos há seis anos, então o Chega reservará para si o
lugar de única oposição nacional e dará instruções, a nível autárquico e
regional, nomeadamente nos Açores, para quebrar qualquer entendimento
que subsista entre o Chega e o PSD”, frisou. A
Assembleia Legislativa dos Açores é composta por 57 deputados, sendo
que, na atual legislatura, 25 são do PS, 21 do PSD, três do CDS-PP, dois
do Chega, dois do PPM, dois do BE, uma da Iniciativa Liberal e um do
PAN.Nos Açores, PSD, CDS-PP e PPM, que juntos representam 26 deputados, assinaram um acordo de governação. A coligação assinou ainda um acordo de incidência parlamentar com o Chega e o PSD um acordo de incidência parlamentar com a IL.