Chega/Açores surpreendido com Governo sobre estrada alternativa à Ribeira Quente
1 de out. de 2024, 15:45
— Lusa/AO Online
A
posição do partido surge depois de o Chega ter questionado o Governo
dos Açores sobre o estudo de viabilidade para a
construção dessa estrada alternativa, aprovado por maioria na Assembleia
Legislativa Regional.“O estudo já foi
concluído? Se sim, quais os resultados e porque ainda não foram
divulgados? Se não, qual a previsão de conclusão”, perguntou o grupo
parlamentar do Chega no parlamento açoriano num requerimento enviado no
início de setembro, alegando que a construção de uma estrada alternativa
à Ribeira Quente "está prometida desde 1997".Em 1997, 29 pessoas morreram soterradas naquela freguesia da ilha de São Miguel na sequência de derrocadas.Em
junho de 2023, a freguesia da Ribeira Quente, no concelho da Povoação,
ficou isolada durante 15 horas devido a derrocadas no único acesso
existente, tendo então o Chega reivindicado a criação de uma estrada
alternativa.No requerimento enviado em
setembro, os deputados do Chega lembravam que o partido “fez aprovar por
maioria na Assembleia Regional, em julho de 2023, uma resolução para
que se realizasse um estudo de viabilidade para a construção da estrada
alternativa de acesso à Ribeira Quente”.Na
resposta, o executivo açoriano alude a outros estudos de viabilidade,
anunciados pelos Governos que exerceram funções depois das derrocadas de
1997 naquela freguesia, e que foram elaborados por "empresas
projetistas da especialidade", tendo-se "concluído pela inviabilidade da
materialização de um acesso alternativo, atenta a orografia da zona
envolvente”. O Governo indica ainda que a
atual secretaria regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas
“iniciou, tal como o recomendado, a análise e estudo da viabilidade da
construção de uma estrada alternativa de acesso à freguesia da Ribeira
Quente, com base nos estudos anteriores e nos elementos tecnológicos e
de contexto atualizados”.Por isso,
"concluiu-se que o investimento deveria ser canalizado para a melhoria
das condições de segurança da atual estrada regional, o que tem sido
concretizado através da construção do semi-túnel e de várias
intervenções, faseadas no tempo", acrescenta.O
executivo açoriano sublinha ainda que foram feitas "inúmeras
intervenções" ao longo da estrada de acesso à freguesia da Ribeira
Quente para proteção e contra a queda de materiais na via."A
proposta de Plano e Orçamento para 2025 contempla verba para a
continuidade desta ação, à semelhança do que tem acontecido nos últimos
quatro anos", lê-se na resposta assinada pelo secretário regional dos
Assuntos Parlamentares e Comunidades, Paulo Estêvão.Para
o Chega, as respostas do Governo surpreendem, incluindo na questão
colocada sobre um plano de ação em caso da única estrada de acesso à
Ribeira Quente ficar intransitável.A
"resposta também surpreende, indicando que devem ser os Serviços de
Proteção Civil a pôr em prática outros meios de transporte não
terrestres, caso se revele necessário", critica o Chega, em nota de
imprensa.Citado na mesma nota, o líder
parlamentar do Chega/Açores, José Pacheco, reforça que “o Governo
Regional ignora legislação aprovada na Assembleia Regional", assinalando
que o partido propôs que se fizesse um estudo de viabilidade para uma
nova estrada alternativa à Ribeira Quente, "mas o Governo limitou-se a
ler outros estudos já existentes para concluir que era melhor reforçar a
estrada atual”.