Chega/Açores questiona Governo Regional sobre rentabilidade de rotas da Azores Airlines
28 de fev. de 2022, 17:30
— Lusa/AO Online
“Como é do
conhecimento público, a situação financeira da SATA Azores Airlines tem
sido assunto que tem merecido a atenção do Chega, que, publicamente, tem
advertido que o Governo dos Açores não pode continuar a suportar a
dívida da empresa”, afirmou o Chega/Açores, em comunicado de imprensa.Segundo
o Chega, “tendo em conta que decorre o plano de reestruturação da
empresa”, importa “perceber o rumo financeiro” que a Azores Airlines
pretende levar e “quais os custos inerentes às opções da companhia
aérea”.O partido, que tem um deputado na
Assembleia Legislativa dos Açores, questionou o executivo açoriano, em
requerimento, sobre “quais as rotas operadas atualmente” pela Azores
Airlines e quais as “novas rotas em análise”.Solicitou
ainda ao Governo Regional que revele “qual a rentabilidade de cada uma
das atuais rotas operadas pela Azores Airlines” e das “futuras rotas”.A
coligação PSD/CDS-PP/PPM, que formou governo nos Açores em novembro de
2020, está dependente de acordos com Chega, Iniciativa Liberal e
deputado independente (ex-Chega) para ter maioria no parlamento
açoriano.Ouvido na semana passada, na
Comissão de Economia da Assembleia Legislativa dos Açores, o presidente
do conselho de administração da SATA, Luís Rodrigues, garantiu que as
rotas da ilha Terceira para Nova Iorque, Oakland (Estados Unidos) e
Montreal (Canadá) tinham “viabilidade económica” e uma margem de
contribuição total de “430 mil euros”.“Fizemos
um trabalho profundo de análise económico-financeira de cada uma delas e
de mercado”, frisou, acrescentando que o processo de reestruturação da
companhia não permitia que essas rotas fossem realizadas de outra forma.Segundo
as Demonstrações Financeiras do Setor Público Empresarial Regional, o
grupo SATA fechou o primeiro semestre de 2021 com um prejuízo de 44
milhões de euros.Os resultados demonstram
que, entre as empresas do grupo, a Azores Airlines registou cerca de 45
milhões de prejuízo (mais 11 milhões do que no ano passado), enquanto a
SATA aeródromos teve um lucro de 281 mil euros e a SATA Air Açores um
saldo positivo 528 mil euros.O plano de
reestruturação, apresentado em fevereiro de 2021, foi enviado para
Bruxelas em abril e prevê que a companhia volte a ter lucros em 2023,
com poupanças na casa dos 68 milhões de euros até 2025.A
Comissão Europeia autorizou, em 2020, um auxílio de emergência de 133
milhões de euros, tendo autorizado mais tarde um novo apoio no valor de
122,5 milhões de euros.As dificuldades
financeiras da SATA perduram desde pelo menos 2014, altura em que a
companhia aérea detida na totalidade pelo Governo Regional dos Açores
começou a registar prejuízos, entretanto agravados pela pandemia de
covid-19.