Chega/Açores questiona Governo Regional sobre gestão da apanha de amêijoa em São Jorge
1 de out. de 2024, 10:15
— Lusa/AO Online
Num
requerimento enviado ao parlamento açoriano, os deputados do grupo
parlamentar do Chega pedem também justificações do executivo de
coligação sobre “quais as medidas que já foram tomadas para preservar
aquele espaço emblemático e a própria espécie”.Os
parlamentares questionam ainda sobre como está a ser controlada a
apanha da amêijoa na Fajã de Santo Cristo, quais os meios empenhados
nesse controlo e se tem sido detetada apanha ilegal daquela espécie.No
documento, querem ainda saber “quantos quilos de amêijoa podem ser
retirados por ano da Caldeira da Fajã de Santo Cristo e quantos quilos
estão a ser atualmente retirados”, assim como qual o procedimento
efetuado perante uma situação de apanha ilegal.Segundo
um comunicado do partido, considerando que a amêijoa da lagoa da
Caldeira de Santo Cristo “representa um valioso recurso económico para
alguns apanhadores”, os deputados do Chega/Açores interrogam o executivo
regional se existe sobre-exploração da espécie e se a mesma corre o
risco de desaparecer, deixando de ser viável. Os
parlamentares lembram que a Caldeira de Santo Cristo foi uma das
primeiras Áreas Protegidas a ser constituída na Região Autónoma dos
Açores, “exatamente para que houvesse controlo da exploração de amêijoas
naquele local, que é o único nos Açores onde existe exploração daquele
bivalve”.Apesar de existir legislação “que
estabelece o número e o regime de licenças, as quantidades de captura, o
período de defeso e os tamanhos mínimos”, o Chega/Açores admite que “as
amêijoas da Fajã de Santo Cristo são, alegadamente, alvo de apanha
ilegal”.“Este é um problema que coloca em
causa um recurso valiosíssimo de São Jorge”, refere o líder parlamentar
do Chega açoriano, José Pacheco, citado no comunicado.Segundo
o parlamentar, o partido “quer saber o que tem sido feito para evitar
que qualquer pessoa possa apanhar amêijoas na Fajã [de Santo Cristo] e
de que forma está a ser feita a fiscalização”.A
Caldeira de Santo Cristo foi classificada, em 1984, como Reserva
Natural pelo Governo Regional dos Açores e, mais tarde, como sítio de
importância internacional, ao abrigo da Convenção de Ramsar, que gere as
zonas húmidas de importância internacional e os habitats de aves
aquáticas.