Chega/Açores quer propostas do partido viabilizadas para aprovar Orçamento regional
22 de nov. de 2024, 15:02
— Lusa/AO Online
“As
conversações foram muito positivas, houve abertura de ambas as partes.
Percebemos que não se consegue fazer tudo num dia, mas tem de haver um
dia em que se começa. Temos de fazer a diferença”, afirmou à agência
Lusa o líder do Chega nos Açores, José Pacheco.Questionado
se o partido vai aprovar o Plano e Orçamento para 2025, que começam a
ser discutidos na segunda-feira na Assembleia Regional, na Horta, José
Pacheco impôs uma condição.“As nossas propostas de alteração têm de passar e são muitas”, disse.A 9 de agosto, o presidente regional do Chega admitiu votar contra o
Orçamento da região para 2025, caso o Governo dos Açores recuasse na prioridade no acesso às creches para filhos
de pais que trabalham.José Pacheco
afirmou que aquele assunto “não está em cima da mesa” porque “já está
resolvido”, reconhecendo o “esforço” do executivo açoriano “para que
todas as crianças tenham acesso à creche”, mas defendendo que o “Estado
não pode substituir a família”.“Não está
em causa por que isso já está feito [desde] há uns meses, após as minhas
declarações que tinham de ser fraturantes. Eu não ia deixar passar o
Orçamento se essa medida não fosse para a frente, isso era enganarem-nos
antes de começar a corrida, nem pensar nisso. Mas, isso já está
acertado. A prioridade será sempre para pais que trabalham”, reforçou.O
líder do Chega/Açores salientou ainda que algumas exigências do partido
já foram incluídas na proposta de Orçamento, como a requalificação de
estradas e escolas ou o aumento do complemento regional de pensão.“Temos
um compromisso daqui para a frente. Vamos fazer mensalmente reuniões de
acompanhamento do Orçamento e às propostas que estamos a indicar. O
tempo de chegar a um ano depois, não estar nada feito e nós termos de
dar um murro na mesa, esse tempo acabou”, salientou.Ainda
segundo José Pacheco, o partido vai levar ao debate na especialidade
propostas sobre agricultura, pesca, educação e saúde e pretende ver
discutida a situação no Hospital Divino Espírito Santo (HDES), que
sofreu um incêndio a 04 de maio.“Não
percebemos por que razão não há um plano de obras, não há um plano de
recuperação do hospital. Fez-se um investimento num hospital modular que
devia ser algo provisório num espaço curto de tempo e aquilo que
estamos a perceber é que é para ficar”, referiu.José
Pacheco criticou igualmente a falta de respostas sobre a Azores
Airlines, que continua a “somar uma dívida astronómica”, e admitiu
apresentar uma queixa à Comissão Europeia para ter acesso a informação
sobre a companhia aérea regional.“O Chega
já exigiu por diversas vezes saber quais as rotas deficitárias e isso
tem-nos sido negado pela administração da SATA, refugiam-se que é
segredo comercial. Assim, se não temos esses dados, vamos ter de fazer
uma queixa na Comissão Europeia porque temos de perceber, enquanto donos
da SATA, de onde vêm esses prejuízos”, insistiu.A
aprovação do Orçamento dos Açores está dependente, além dos votos
favoráveis dos partidos do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), da posição
do Chega ou do PS.