Chega/Açores quer “diligências” do Governo Regional para ressarcir lesados
25 de jun. de 2024, 17:39
— Lusa
“O
requerimento dá conta que o Governo da República é da mesma cor política
do Governo dos Açores, questionando se foram tomadas algumas
diligências para tentar agilizar o processo de devolução dos 148 milhões
de euros a açorianos que perderam as suas poupanças”, adianta o partido
em nota de imprensa.O Chega, que tem
cinco deputados no parlamento regional, alerta que os lesados daquele
banco “não podem continuar a ser esquecidos” e que existem açorianos que
perderam as “poupanças de uma vida”.No
requerimento, o partido pretende também “saber de que forma atuou o
Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) quando soube da resolução do banco” e
lembra que o Estado detinha uma participação de 88% no Banif.“Este
é um assunto que se arrasta desde 2015, quando houve a dissolução do
banco, e até hoje os açorianos que investiram as suas poupanças, ainda
não as conseguiram reaver. Isto é um assunto muito sério”, afirma o
líder do Chega/Açores, José Pacheco, citado na nota de imprensa.O
Chega questiona ainda se o “Governo Regional tomou alguma posição no
sentido de saber o andamento de todo o processo” relacionado com os
lesados do Banif.Já em 30 de maio, o
Chega/Açores criticou a ausência de respostas para os lesados do Banif e
garantiu que vai continuar a “fazer pressão e a denunciar” a situação
para que o problema não seja esquecido.No
final de 2022 realizaram-se no Ministério das Finanças reuniões de um
grupo de trabalho para encontrar uma solução que compense os
investidores não qualificados do Banif, das sucursais exteriores do
Banco Espírito Santo (BES) e do Banco Privée pelas perdas sofridas na
queda destes bancos.Há anos que estes
lesados têm tido promessas políticas de verem o seu problema minorado,
desde logo da parte do anterior primeiro-ministro, António Costa, mas o
processo tem-se arrastado.O BES terminou
em agosto de 2014 e o Banif em final de 2015, deixando lesados milhares
de clientes que investiram em títulos financeiros.Em
dezembro de 2019, uma comissão de peritos nomeada pela Ordem dos
Advogados concluiu que foram encontrados indícios de práticas ilícitas
na venda dos produtos financeiros no Banif e validaram 2.330 pedidos de
lesados, sendo o valor dos investimentos em causa de 230 milhões de
euros.