Chega/Açores garante que quer "ser parte da solução"

4 de abr. de 2024, 16:52 — Lusa

"Estou disponível para chumbar, abster-me ou viabilizar. Tudo depende das circunstâncias. Têm que perceber que um orçamento, se tem as propostas do Chega, estamos disponíveis para aceitar e o senhor presidente do Governo tem demonstrado essa disponibilidade nos últimos tempos", disse José Pacheco. O presidente do Governo Regional, José Manuel Bolieiro, iniciou hoje uma ronda de audições aos partidos com assento parlamentar e parceiros sociais no âmbito do processo de auscultação sobre as antepropostas de Plano e Orçamento Regional para 2024, que foi chumbado em 23 de novembro de 2023, com os votos contra de IL, PS e BE e as abstenções do Chega e do PAN, motivando a queda do executivo regional e a convocação de eleições antecipadas.À saída da reunião, em Ponta Delgada, José Pacheco, que é também deputado no parlamento açoriano, referiu que, se o documento incluir "a visão" do partido e "aquilo que os eleitores do Chega confiaram", então o partido está disponível para o aceitar."Se não tiver, estamos disponíveis para chumbar. Se tiver só parte das coisas, se calhar, temos que nos abster", acrescentou, sublinhando que o partido "não conhece ainda o orçamento", mas supõe que "será aquele que vinha de trás" e para o qual "havia disponibilidade do Governo" em incluir questões importantes, como a habitação."Não trabalhamos para Governo nenhum. Não trabalhamos para partido nenhum. Trabalhamos para o bom povo açoriano", vincou José Pacheco.O dirigente regional do Chega referiu que o partido levou ao chefe do executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) "um caderno de encargos", lamentando que, no penúltimo orçamento, "pouco ou nada" se tenha executado."O Chega não está aqui para dificultar coisíssima nenhuma. O Chega está aqui para ser parte da solução e nunca parte do problema. E é isto que nós temos que nos focar. Tudo o resto é ruído, tudo o resto não serve, tudo o resto é fazerem os Açores estagnarem como estão estagnados há 50 anos", sustentou.Para José Pacheco, esta é uma boa altura para "pôr os Açores a andar", através do "diálogo com todos os partidos, com as várias visões"."Temos que chegar ao fim desta reta e o fim desta reta é termos a prosperidade, é termos riqueza e tirar as pessoas da pobreza", acentuou.Além da habitação, José Pacheco elencou ainda a agricultura como outra das preocupações, em concreto o preço do leite pago pela industria aos lavradores, a par de questões na pesca que “se vão arrastando”."Da parte do Chega, estamos disponíveis para dar este contributo e ele vai acontecer. Vamos fazer reuniões sempre que necessário com o senhor presidente do Governo e com as suas equipas técnicas para poder discutir e chegar a consensos", garantiu.A coligação PSD/CDS/PPM, que governa a região desde 2020, venceu as eleições legislativas regionais em fevereiro, sem maioria absoluta, e o novo executivo, o segundo liderado por José Manuel Bolieiro, tomou posse em 04 de março.O Programa do Governo foi aprovado na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, no dia 15 de março, com votos favoráveis dos partidos que integram o executivo, as abstenções de Chega, PAN e IL, e os votos contra de PS e BE.