Chefe dos serviços de emergência de Maui demite-se após ausência de alertas
18 de ago. de 2023, 11:59
— Lusa/AO Online
O condado de Maui confirmou a
notícia nas redes sociais, alegando que a demissão de Herman Andaya se
deveu a motivos de saúde, e garantiu que o responsável será substituído o
mais breve possível.Durante os incêndios,
os avisos oficiais na televisão, na rádio e no telemóvel revelaram-se
inúteis para muitos habitantes, sem eletricidade ou sem conexão à
internet.O sistema de alertas do Havai, o
maior do mundo, não foi ativado, admitiram as autoridades, e as sirenes
permaneceram em silêncio.Na quarta-feira,
Andaya tinha defendido a não utilização do sistema de alertas,
argumentando que, como tinha sido criado em caso de tsunamis, poderia
levar as pessoas a fugir da costa, em direção às chamas.O
sistema de sirenes de alerta foi criado após um tsunami que matou mais
de 150 pessoas na Ilha Grande do Havai em 1946 e, de acordo com o portal
do sistema na Internet, pode ser usado para avisar sobre incêndios.O
número de mortos nos incêndios subiu para 111, sendo que a maioria dos
corpos foram até agora encontrados perto da orla marítima ou no oceano,
uma vez que dezenas de pessoas saltaram para a água para escapar às
chamas.Na quarta-feira, o governador do
arquipélago, Josh Green, admitiu que o balanço ainda pode aumentar
consideravelmente, numa altura em que centenas de pessoas continuam
desaparecidas.As equipas de resgate,
compostas por socorristas e cães farejadores, ainda só terminaram as
operações de busca de corpos em cerca de 45% da área afetada em Lahaina,
a capital histórica da ilha de Maui e uma das zonas turísticas mais
populares do Havai.Horas antes do anúncio
da demissão de Herman Andaya, a procuradora-geral do Havai, Anne Lopez,
anunciou a realização de uma investigação “imparcial e independente”
sobre a resposta das autoridades ao desastre, que poderá demorar vários
meses.Os moradores de Lahaina têm
criticado também a falta de água que prejudicou os bombeiros e a
impossibilidade de saída da cidade, uma vez que as estradas rapidamente
ficaram bloqueadas por veículos.A maior
distribuidora de eletricidade do arquipélago, a Hawaiian Electric, foi
também acusada de ter causado os incêndios, numa queixa apresentada por
advogados de pessoas afetadas em Lahaina.A
ação argumenta que a Hawaiian Electric, que fornece eletricidade a 95%
do estado, "indesculpavelmente deixou as suas linhas de energia
operacional durante as condições previstas de alto risco de incêndio".O
Presidente norte-americano, Joe Biden, desloca-se na segunda-feira à
ilha de Maui para visitar a zona mais afetada pelos incêndios, enquanto a
oposição critica a sua resposta alegadamente débil ao desastre.