Charles Michel pede “uma União de testes e vacinas” para evitar “tragédia”
Covid-19
27 de out. de 2020, 18:08
— Lusa/AO Online
“A segunda vaga da covid-19 está agora sobre
nós. Uma vez mais, toda a Europa é afetada. No espaço de apenas algumas
semanas, a situação escalou de preocupante para alarmante. Agora,
devemos evitar uma tragédia”, começa por escrever Charles Michel, num
texto publicado na sua ‘newsletter’, dois dias antes de uma cimeira
de líderes da UE, por videoconferência, dedicada à pnademia.Na
sua reflexão sobre a situação atual da pandemia, o presidente do
Conselho Europeu lembra que, ao chegar à Europa, “este novo vírus
inquietante propagou-se como um incêndio florestal, apanhando tanto
cidadãos como autoridades de surpresa””.O
confinamento generalizado então decidido na generalidade dos países,
continua o Presidente do Conselho, ajudou a conter o vírus, à custa da
paralisação da atividade económica e social, "com um impacto cuja
dimensão ainda se desconhece."Quando a
prioridade passou a ser a recuperação da vida económica, social e
cultural, prossegue o dirigente europeu, a estratégia passou então por
tentar evitar um recrudescimento da pandemia com recurso a testes e
rastreios, pois até haver vacina e esta ser administrada a grande parte
da população “a única forma de conter a pandemia mantendo a atividade é
identificar as pessoas infetadas numa fase muito precoce, de forma a que
possam isolar-se e não infetar outros”.“Ao
nível europeu, este plano de ação não alcançou os resultados desejados.
E ao retomarmos as nossas atividades diárias, o vírus começou de novo a
circular, e até com maior facilidade, pois a fadiga e a falsa sensação
de regresso à normalidade levaram algumas pessoas a serem menos
cuidadosas”, aponta.Chegados à situação
atual, em que a Europa regista ainda mais casos do que na primavera,
Charles Michel adverte que “cada dia conta”.“O
que precisamos agora é de ação determinada num plano inequivocamente
europeu, baseada em dois pilares: testes e rastreio de contactos, por um
lado, e vacinas”, sustenta o presidente do Conselho, que exorta os
Estados-membros a não cometerem os erros do passado recente, quando se
verificou uma total descoordenação entre os 27, com cada qual a ditar as
suas regras e a tentar vencer a “corrida às máscaras” de proteção.Apontando
que nas duas cimeiras já celebradas em outubro os chefes de Estado e de
Governo da UE admitiram que é necessário cimentar a coordenação
operacional entre os 27 e agir de forma célere e determinada, Charles
Michel defendeu que esse é, cada vez mais, o caminho que deve ser
seguido, pois todos estão “no mesmo barco”.“E
é com isto em mente que vão ter início encontros regulares dos membros
do Conselho Europeu, com o primeiro a ter lugar por videoconferência na
quinta-feira 29 de outubro. O senso comum ordena que, mais do que nunca,
atuemos na Europa como um, através da unidade e solidariedade”, conclui
o presidente do Conselho Europeu.