Chanceler austríaco em Moscovo para tentar assegurar corredores humanitários
Ucrânia
11 de abr. de 2022, 11:25
— Lusa/AO Online
“Temos
de aproveitar todas as oportunidades para acabar com o inferno
humanitário na Ucrânia e é isto que o chanceler fará com mensagens muito
claras de natureza humanitária e conselhos políticos”, afirmou o chefe
da diplomacia austríaca, Alexander Schallenberg, citado pela agência
France-Presse (AFP).Schallenberg falava antes de uma reunião com os seus homólogos da União Europeia (UE), a decorrer hoje no Luxemburgo.De acordo com o governante, a mensagem para o chefe de Estado russo será que se quer que “a guerra acabe”.“Queremos
corredores humanitários. Queremos que as organizações humanitárias
internacionais sejam capazes de fazer o seu trabalho”, acrescentou
Schallenberg.Os chefes de diplomacia da UE
vão certamente discutir hoje “passos adicionais” a nível de sanções
para punir a Rússia pela agressão brutal contra a Ucrânia, admitiu o
Alto Representante da UE para a Política Externa e de Segurança, Josep
Borrell, à chegada para a reunião no grão-ducado.De
acordo com Shcallenberg, Karl Nehammer reúne-se hoje com o Presidente
russo numa “iniciativa pessoal” decidida após conversações em Kiev com o
chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky, e após discussões com o
chanceler alemão, Olaf Scholz, com o Presidente turco, Recep Tayyip
Erdogan, e com os presidentes da Comissão Europeia e do Conselho
Europeu, Ursula von der Leyen e Charles Michel, respetivamente.Admitindo
que “ninguém está à espera de um milagre”, o chefe da diplomacia
austríaca acredita que “qualquer voz que faça o Presidente Putin
compreender como é a realidade fora das paredes do Kremlin não é uma voz
perdida”.Karl Nehammer será o primeiro líder europeu a encontrar-se com o Presidente russo desde o início da invasão russa da Ucrânia.No
domingo, o chanceler austríaco considerou que é uma “missão arriscada”,
mas defendeu que se abriu “uma janela de oportunidade para o diálogo”.No
seu encontro com Putin, Nehammer quer abordar os “crimes de guerra”
cometidos em Bucha, uma localidade perto de Kiev que se revelou um
cenário de atrocidades após a retirada das forças russas e que foi,
entretanto, visitada por alguns representantes europeus.Por sua vez, Moscovo rejeitou veementemente qualquer envolvimento nos acontecimentos em Bucha.