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Ucrânia
Chanceler alemão pede a Zelensky para manter jovens ucranianos no seu país

O chanceler alemão, Friedrich Merz, pediu ao Presidente ucraniano para manter os jovens ucranianos no seu país, após Kiev tê-los autorizado a viajar para o estrangeiro



Autor: Lusa/AO Online

Numa conversa telefónica, Merz pediu a Volodymyr Zelensky "que assegure que, em particular, os jovens ucranianos não venham para a Alemanha em grande e crescente número" e que "cumpram o seu dever no seu país", disse durante um discurso em Berlim.

De acordo com dados do Ministério do Interior alemão, desde 26 de agosto, com a decisão de Kiev de flexibilizar a lei marcial e autorizar os jovens adultos do sexo masculino a deixar o país, o número de ucranianos dessa faixa etária que pediu refúgio na Alemanha está a aumentar muito, ultrapassando os 1.000 por semana. 

Desde o início da guerra os homens dos 18 aos 60 anos estavam proibidos de sair da Ucrânia, com algumas exceções.

As pessoas dos 18 aos 22 anos não são afetadas pela mobilização militar, cuja idade mínima foi reduzida para os 25 anos em abril de 2024.

Merz anunciou ainda que os apoios que a Alemanha atribui aos refugiados ucranianos serão reduzidos "para que os incentivos ao trabalho sejam mais fortes do que a tentação de permanecer no sistema de proteção social".

Em termos concretos, explicou o chanceler alemão, "os refugiados ucranianos deixarão de ser abrangidos pelo (...) rendimento do cidadão", o principal subsídio social do país, mas "passarão a estar abrangidos pela lei sobre as prestações de asilo".

Esta medida aplicar-se-á aos homens e mulheres ucranianos que chegaram depois de 01 de abril de 2025, afirmaram fontes governamentais à agência de notícias France-Presse (AFP), confirmando uma notícia do jornal alemão Bild.

De acordo com um projeto de lei apresentado no verão, esta medida deverá permitir uma poupança de 730 milhões de euros até 2026.

Já no final de outubro, o líder do partido conservador da Baviera, membro da coligação do Governo alemão, pediu à União Europeia (UE) para pressionar Kiev a proibir os jovens de deixarem a Ucrânia.

"Temos de controlar e reduzir seriamente o fluxo crescente de jovens do sexo masculino provenientes da Ucrânia", exigiu na ocasião Markus Soder, líder da União Social-Cristã (CSU) e que também dirige a poderosa região da Baviera, em declarações publicadas no diário Bild.

Mais de 5,6 milhões de ucranianos fugiram para o estrangeiro desde a invasão russa iniciada em fevereiro de 2022, a grande maioria dos quais para a Europa, de acordo com dados da ONU.

A Alemanha acolheu mais de um milhão de pessoas, a maioria das quais mulheres e crianças.

A Alemanha é o principal doador da Ucrânia na Europa e o segundo a nível mundial, atrás dos Estados Unidos.

Berlim participa no armamento de Kiev contra Moscovo, e nas reparações e proteção da rede energética ucraniana, devastada pelos ataques russos desde o início da invasão.