Chanceler alemão defende no Fórum de Davos nova abordagem à política climática
19 de jan. de 2022, 15:22
— Lusa/AO Online
As discussões sobre o
uso de energia e as formas de combater as alterações climáticas têm sido
um tema-chave esta semana na reunião virtual do Fórum Económico
Mundial, conhecida como "Agenda de Davos", reunião anual na cidade suíça
de Davos cuja realização presencial foi adiada devido à pandemia de Covid-19.Na sua intervenção, Scholz falou
sobre questões como o crescimento económico e a concentração de
militares da Rússia ao longo da fronteira ucraniana, mas focou também o
discurso nas ambições da Alemanha e da União Europeia em combater as
alterações climáticas.A Alemanha, afirmou,
usará a sua presidência do G7 (Grupo dos sete países mais
industrializados do mundo, composto por Alemanha, Canadá, Estados
Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, e com representação da
União Europeia) para "transformar esse grupo no núcleo de um clube
internacional de clima"."A Europa decidiu
tornar-se o primeiro continente neutro em carbono até 2050. A Alemanha
quer atingir esse objetivo já em 2045... uma tarefa monumental, mas uma
tarefa que podemos e vamos conseguir cumprir", disse. "Vamos
provar que estão errados os que atualmente retratam o nosso continente
como uma bola de bilhar num grande jogo geoeconómico entre a China e os
Estados Unidos. O que queremos alcançar é uma mudança de paradigma na
política climática internacional. Não vamos continuar à espera dos mais
lentos e menos ambiciosos", disse Scholz. "Em
vez disso, vamos dar o exemplo, e transformaremos a ação climática de
um fator de custos em vantagem competitiva, decidindo e adotando normas
mínimas conjuntas”, prometeu o novo chanceler, que tomou posse no mês
passado com um governo que inclui o partido ambientalista dos Verdes.Scholz disse que o "clube do clima", que anunciou há meses, quando era ministro das Finanças, estará aberto a todos os países.Ao
contrário de um evento como a conferência das Nações Unidas sobre o
clima, no ano passado em Glasgow, na Escócia, a reunião de Davos é uma
discussão sobre grandes ideias, não um encontro sobre planos concretos
de ação, algo que suscitou críticas.