Chanceler alemão apela ao “máximo pragmatismo” na integração laboral de estrangeiros
1 de out. de 2024, 11:57
— Lusa/AO Online
“O
trabalho é o critério decisivo para uma integração bem-sucedida. É
muito mais do que ganhar dinheiro. Há parceiros e um ambiente social”,
declarou o chefe do executivo alemão, num evento em Berlim no âmbito da
iniciativa ‘Jobturbo’, destinada a acelerar o emprego de refugiados.Scholz
sublinhou que os contribuintes não querem apoiar “pessoas que não fazem
nada” com prestações sociais, notando ainda como a integração de
refugiados e migrantes no mercado laboral é crucial porque a atual
estrutura demográfica levaria a uma redução da população ativa na
Alemanha.Nos últimos doze meses, 283 mil
novos trabalhadores estrangeiros foram registados na Alemanha, salientou
o governante, argumentando que, sem trabalhadores estrangeiros, a força
de trabalho teria diminuído em 163 mil pessoas num só ano.“Não
há um único país no mundo cuja economia esteja a crescer e que, ao
mesmo tempo, tenha uma força de trabalho a diminuir”, recordou.Assim,
Scholz apelou ao “máximo pragmatismo” não só dos próprios refugiados à
procura de emprego, mas também das autoridades alemãs e das próprias
empresas.A título de exemplo, referiu que
os centros de emprego podem acelerar o processo de procura de emprego,
ao mesmo tempo que são lançados procedimentos de reconhecimento de
qualificações estrangeiras e que os interessados frequentem cursos de
alemão e de integração.“Não há tempo a
perder. Não podemos dar-nos ao luxo de o fazer em tempos de escassez de
mão-de-obra e de falta de profissionais qualificados”, acrescentou o
líder, que não deixou de se congratular com o aumento do número de
refugiados empregados graças às medidas do seu governo.Em
julho, o número de ucranianos empregados tinha aumentado para 266.000,
mais 71.000 do que 12 meses antes, e o número de cidadãos dos outros
oito países com o maior número de refugiados reconhecidos tinha
aumentado para 704.000, também mais 71.000 na comparação com o ano
anterior.O chanceler recordou ainda que,
dos refugiados do sexo masculino que chegaram durante a crise migratória
de 2015-2016, 86% estão a trabalhar.