Chamas dominadas mas ainda não se pode baixar os braços
Incêndios
10 de ago. de 2018, 11:13
— Lusa/AO Online
Em
declarações numa conferência de imprensa em Monchique, Patrícia Gaspar
disse ainda que o incêndio tem ainda uma vasta área afetada e que é
preciso "manter a energia e a dedicação" para prosseguir com a
consolidação do trabalho feito e responder com prontidão a eventuais
reativações.As
zonas mais preocupantes para a Proteção Civil continuam a ser todo o
perímetro desde São Marcos da Serra até São Bartolomeu de Messines, no
concelho de Silves, a área onde ainda se mantém a maior quantidade de
meios, referiu.Patrícia
Gaspar avisou que o risco de incêndio continua, sublinhando que "todo o
cuidado é pouco", e “seguramente ainda vão pontualmente surgir
reativações”, pelo que é necessário que “nada estrague” o trabalho que
já foi consolidado.“Não
existe neste momento um risco significativo de o incêndio sair da área
afetada”, frisou, salientando, contudo, que é “natural” que, nos
próximos dias, alguns pontos quentes originem reativações, o que não
significa “que o incêndio possa reativar”.Segundo
aquela responsável, a partir 10:30 vai haver nova ação intensiva com um
avião de reconhecimento para detetar eventuais pontos quentes onde seja
preciso focar a atenção dos bombeiros.O
dia de hoje vai revelar-se adverso em termos meteorológicos, com o
aumento da temperatura, redução da humidade relativa do ar e a próxima
noite "já não apresenta a mesma recuperação" que têm apresentado as
noites anteriores, acrescentou.Ao
início da manhã, já houve um helicóptero ligeiro a atuar, esperando-se
que, ao longo do dia, vão sendo empenhados meios aéreos nas zonas onde
haja reativações ou em áreas que necessitem de apoio de água para
rescaldar o terreno.A proteção civil atualizou ainda o número de feridos para 41, um deles em estado grave.O
incêndio de Monchique já destruiu cerca de 27.000 hectares, segundo os
dados mais recentes disponibilizados pelo Sistema Europeu de Informação
de Incêndios Florestais (EFFIS), tornando-o no maior este ano em
Portugal.Este
ano, o maior incêndio, em termos de área ardida, que se tinha verificado
em Portugal era o que deflagrou em fevereiro na Guarda, onde arderam 86
hectares.Segundo
os dados do EFFIS, as chamas em Monchique já destruíram 26.957
hectares, mais de metade dos 41 mil que arderam na mesma região em 2003,
nos concelhos de Monchique, Portimão, Aljezur e Lagos.No
ano passado, as chamas destruíram mais de 440 mil hectares, o pior ano
de sempre em Portugal, segundo dados do Instituto da Conservação da
Natureza e das Florestas (ICNF).Quanto
aos maiores incêndios em termos de área ardida ocorridos no ano
passado, no topo da lista aparece o que teve origem no dia 15 de
outubro, em Seia/Sandomil, no distrito da Guarda, que destruiu 43.191
hectares.