CGTP pede reforço no combate às redes de tráfico humano face a vaga de imigrantes timorenses
31 de out. de 2022, 17:43
— Lusa/AO Online
"Devem ser reforçados os
meios de combate às redes de tráfico de pessoas e a quaisquer agentes
que, a troco de avultadas quantias, têm deixado os cidadãos timorenses
em situação de extrema fragilidade", afirma a CGTP em comunicado.A
intersindical refere que a falta de trabalho em Timor-Leste nos últimos
meses levou alguns milhares de timorenses a procurar Portugal como
destino de imigração, em busca de uma vida melhor mas, com o aumento
dessa procura, "aumentaram também agências e anúncios enganosos que, a
troco de quantias avultadas, prometem aos timorenses trabalho e vistos".
"Todos os que caem na malha dessas
organizações sem escrúpulos, acabam por chegar a Portugal e ficar numa
situação de vulnerabilidade. Sem trabalho, sem dinheiro e, em alguns
casos, sem abrigo", diz a central sindical.Para
a CGTP, as ações de fiscalização levadas a cabo pelo Serviço de
Estrangeiros e Fronteiras (SEF) "devem focar-se exclusivamente no
combate às redes/pessoas/organizações que se dedicam ao tráfico e à
exploração humana e laboral, garantindo plenamente os direitos dos
cidadãos timorenses que querem vir para o nosso país em busca de
melhores condições de vida e de trabalho". A
questão dos imigrantes timorenses está na agenda da visita do
Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta a Portugal, que começou no
sábado. José Ramos-Horta, disse hoje que o
país está determinado em “identificar e punir” os “grupos sem
escrúpulos” que enganam os jovens timorenses com promessas de trabalho
em países como Portugal e outros.José
Ramos-Horta falava numa conferência de imprensa no Palácio de Belém,
juntamente com o seu homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa, que o
recebeu no âmbito de uma visita que o chefe de Estado timorense realiza a
Portugal.Sobre os timorenses em
dificuldade em Portugal, o Presidente de Timor-Leste disse que a
“situação resulta de atos ilegais de grupos, de elementos sem
escrúpulos” em Timor-Leste, que “fazem promessas falsas aos jovens”.“É
um fenómeno muito comum em todo o mundo, em particular nos países em
vias de desenvolvimento, arrasta-se há décadas”, referiu.