CGTP diz que medidas já conhecidas promovem aumento da desigualdade
OE2025
25 de jul. de 2024, 11:26
— Lusa/AO Online
Em
comunicado, a CGTP refere que, apesar de a proposta ainda não ser
conhecida, uma vez que será apresentada a 10 de outubro, "partindo do
princípio, como o próprio Governo admite, que terá como base o seu
programa", cabe à central sindical apresentar as suas "preocupações". Até
porque, argumenta, "o programa do governo está assente numa base
profundamente ideológica", apontando que, "por diversas vezes, o Governo
afirmou estar aberto a discutir todas as matérias sem qualquer tipo de
condicionalismos à partida", ficando o debate "desde logo condicionado
por aquilo que é um programa que apenas responde aos interesses do
capital e dos grupos económicos em detrimento dos trabalhadores". E
aponta: "Nas matérias que o governo se propõe revisitar no Acordo de
Rendimentos, nenhuma delas aborda a questão dos salários e da melhoria
das condições de vida e de trabalho" das pessoas."Não
aceitamos que se use como pretexto a falta de orçamento para investir
nos serviços públicos, na sua qualidade e capacidade de resposta, desde
logo na valorização dos salários e carreiras dos seus profissionais, mas
também em equipamentos, quando vemos o governo a isentar, através da
diminuição do IRC para as empresas, mais de 4,5 mil milhões de euros
durante o seu mandato", refere a CGTP. De
acordo com a central sindical, "4,5 mil milhões de euros é mais do que a
restituição dos valores aplicados aos professores e forças de
segurança, ficando de fora todos os restantes profissionais, desde
médicos, enfermeiros e auxiliares que durante anos viram as suas
profissões completamente desvalorizadas".A
defesa dos serviços públicos, prossegue, "parte desde logo pela
valorização daqueles que todos dias fazem falta nos seus postos de
trabalho e que tudo fazem para garantir a resposta necessária à
população", pelo que a "ideia que a resposta está assente no setor
privado e social é um retrocesso".Desta
forma, "o que é preciso neste OE2025 é uma política que valorize os
trabalhadores e os seus salários e que permita o crescimento social e
económico do país". Deve ser "um orçamento
que deixe de lado os interesses duma pequena minoria e que tenha em
consideração os interesses da maioria, (...) que projete o país rumo ao
seu desenvolvimento soberano e independência económica e não o coloque
nas mãos dos grupos económicos (...) que aposte nos serviços públicos e
na sua capacitação e reforço" e "que veja nos trabalhadores, nos
reformados, nos jovens deste país o seu maior valor e coloque de lado
todos os preconceitos ideológicos que este programa/orçamento contém",
defende. E remata: "Uma coisa é certa, é
com a luta e a afirmação dos direitos dos trabalhadores que agora, como
no passado, iremos continuar a trilhar o caminho pela valorização de
quem trabalha e trabalhou e dos que entrarão para o mundo do trabalho".