CGTP apela ao Governo dos Açores para auxiliar 40 funcionários dispensados na Câmara das Lajes das Flores
O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, apelou hoje ao Governo dos Açores para auxiliar os 40 trabalhadores que a Câmara Municipal das Lajes das Flores dispensou esta semana, situação que considerou "tenebrosa".

Autor: Lusa/AO Online

"É preciso que o Governo dos Açores e a Câmara Municipal das Lajes alterem a sua política e auxiliem estes trabalhadores", considerou o dirigente sindical, em declarações aos jornalistas, à margem de um plenário com trabalhadores do Hospital da Horta, na ilha do Faial.

Para o líder sindical, é preciso "bom senso" e mais "políticas viradas para as pessoas", para evitar o aumento do desemprego nos Açores, recordando que a dispensa de 40 trabalhadores numa ilha pequena como a das Flores, com cerca de quatro mil habitantes, é uma situação "tenebrosa" do ponto de vista económico e social.

O vice-presidente do Governo Regional dos Açores, Sérgio Ávila, mostrou-se “surpreendido”, na terça-feira, com esta situação, segundo declarações citadas numa nota do Gabinete de Apoio à Comunicação Social do Executivo açoriano.

Na mesma nota, Ávila afirmava que a autarquia das Lajes das Flores não deu conhecimento ao Executivo “nem dessa decisão, nem da dificuldade que tinha”.

Sérgio Ávila revelou ainda que o Governo deu indicações à Agência do Emprego para “acompanhar” as pessoas despedidas e as suas famílias, no sentido de “encontrar soluções no âmbito dos programas de emprego e de apoio social que minimizem os efeitos dessa decisão do município”.

O vice-presidente do Governo disse estar disponível para dialogar com a Câmara das Lajes para enquadrar “a necessidade desses colaboradores nos programas de emprego” promovidos pelo executivo regional.

A Lusa tentou, sem êxito, contactar o presidente da Câmara Municipal das Lajes das Flores.

Arménio Carlos esteve também reunido, na ilha do Faial, com bolseiros do Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores, alguns dos quais estão nesta situação "há mais de 10 anos".

"Como é que é possível que estes trabalhadores, que fazem investigação científica, estejam a ser prejudicados, sem vínculo laboral e sem proteção social, há tanto tempo?", questionou, recordando que todos ocupam, de forma encapotada, um posto permanente de trabalho, embora sem as devidas regalias.

O secretário-geral da CGTP está a realizar uma visita de três dias aos Açores para reunir com várias instituições e trabalhadores, no âmbito da preparação de protestos previstos para a região entre 11 e 16 de fevereiro.