CGTP apela à adesão para dar “sinal de rejeição” às alterações à lei laboral
Greve geral
10 de dez. de 2025, 18:34
— Lusa/AO Online
O
Governo está "a querer retirar o direito a ter uma vida estável, uma
vida digna com perspetiva de futuro", argumentou Tiago Oliveira, em
declarações aos jornalistas, no final de uma visita à agência Lusa, a
convite da Comissão de Trabalhadores da empresa, que decorreu na véspera
de greve geral contra o anteprojeto do Governo de revisão da legislação
laboral, convocada pela CGTP e pela UGT. O
secretário-geral da CGTP apelou aos trabalhadores que adiram à greve
geral, tendo em vista a "elevação das suas condições de vida", bem como
"para dar um sinal de rejeição a este pacote laboral".Tiago
Oliveira disse estar convicto de que a greve geral terá "uma grande
participação", à luz do "ataque que está em curso" e garantiu que
serviços mínimos serão cumpridos."A
população irá certamente ter acesso àquilo que são os setores
fundamentais numa greve geral, nomeadamente à questão da saúde e aí
estará tudo garantido para que não haja nenhuma falha", reiterou, Tiago
Oliveira, quando questionado sobre as declarações do primeiro-ministro,
que disse esperar que o país funcione "com a normalidade possível".Já
sobre a "preocupação" levantada por Luís Montenegro, que desejou que
"todos aqueles que querem trabalhar possam trabalhar", Tiago Oliveira
considerou que o primeiro-ministro "tem tido várias declarações que são
de um teor incompreensível" e apelou ao Governo que "retire a proposta
da facilitação dos despedimentos". "O
Governo tem que perceber uma coisa. A greve geral tem que ter impacto. E
o objetivo da greve geral é dizer ao Governo, de forma clara,
contundente, sem margem para dúvida, que deve recuar na apresentação do
pacote laboral", afirmou.Questionado sobre
o argumento de estabilidade económica invocado pelo primeiro-ministro, o
secretário-geral da CGTP lembrou ainda as alterações à lei laboral
feitas no período da 'troika', referindo que "se aproveitou essa
situação de fragilidade para retirar direitos aos trabalhadores". "Passado
uma dezena de anos, estamos em pleno emprego, o país está a andar para a
frente, a economia está a crescer. Qual é a receita? Aumento da
precariedade, despedimentos, ataque à liberdade sindical, ataque à
contratação coletiva, desregulação dos horários de trabalho", apontou. Segundo
o líder sindical, são "duas balanças completamente diferentes e
distintas, [mas] a receita é exatamente a mesma. Retirar direitos aos
trabalhadores, atacar o mundo do trabalho e fragilizar as relações de
trabalho".O líder da CGTP afirmou ainda
que o que se segue após a greve geral "está nas mãos do Governo", mas
sublinhou que se for para continuar" numa política "de retirada de
direitos e de aumento das dificuldades do dia-a-dia, a luta é o
caminho".No final da visita, o
secretário-geral da CGTP foi ainda recebido pela administração da Lusa,
tendo referido, à saída, que a reunião foi “muito positiva”. Tiago
Oliveira destacou ainda o “papel fundamental do Estado” no futuro da
comunicação social e disse ter saído “com a certeza de que a Lusa tem,
por parte dos [seus] trabalhadores os maiores defensores daquilo que é o
serviço público”, bem como o papel que a agência “tem na nossa
sociedade”. O secretário-geral da CGTP,
Tiago Oliveira, estará ainda pelas 21h45 na recolha de resíduos da
Amadora, pelas 23h15 no parque da Autoeuropa e pelas 00h30 no
Metropolitano de Lisboa. Já o
secretário-geral da UGT, Mário Mourão, estará pelas 20h30 ao centro de
recolha de resíduos da Câmara Municipal de Lisboa (CML) e pelas 23h15 na
Autoeuropa, em Palmela.