CGTP/Açores alerta para agravamento de dificuldades de milhares de trabalhadores
Hoje 13:22
— Lusa/AO Online
Em
comunicado, a CGTP sustenta que “ter emprego – e, inclusive, ter
emprego a tempo inteiro – não é suficiente para evitar a pobreza”, uma
realidade que atinge “milhares de trabalhadores açorianos e as suas
famílias”.Segundo a CGTP/Açores, “apesar
da propaganda do Governo Regional, alastra a pobreza
entre quem trabalha”, denunciando que “milhares de filhos de
trabalhadores dependem de apoios sociais, devido aos "baixos salários" e
"aumento do custo de vida, situação que abrange, ano após ano, cada vez
mais agregados familiares e mais setores sociais".A
estrutura sindical acusa o Governo Regional de “propaganda” e de
"anunciar recordes de crescimento económico", mas, na prática, “reserva
aos jovens um futuro de incerteza, com contratos precários, mesmo quando
ocupam postos de trabalho permanentes". "O
resultado é a dificuldade em constituir vida e família, numa política
que compromete o futuro da região", denuncia a CGTP nos Açores,
contestando ainda "duas mentiras frequentes" da política do executivo
açoriano."A primeira é que é preciso
aumentar a produtividade antes de aumentar salários. Ora, os dados
económicos mostram que, nas duas décadas anteriores, a produtividade
aumentou seis vezes mais que os salários. Acresce que, no essencial, a
produtividade não depende do empenho do trabalhador, mas sim do modelo
económico, nomeadamente da gestão e organização das empresas, do
investimento na modernização e nos equipamentos utilizados", critica.O
segundo argumento refutado pela CGTP é o de que o aumento salarial
provoca inflação e compromete o desenvolvimento económico. "Novamente,
os dados económicos demonstram que o peso dos salários nas despesas das
empresas é de apenas 14% do total (sendo ligeiramente superior nas
pequenas empresas, de 17,5%). Assim, um aumento de 15% em todos os
salários apenas teria como efeito o aumento de 2,1% nos custos totais
(2,6% no caso das pequenas empresas)", acrescenta.Para
a CGTP, estes argumentos servem para "comprimir salários e aproximá-los
do Salário Mínimo Nacional", numa opção que privilegia "apenas o
interesse das grandes empresas".A CGTP
reivindica um conjunto de medidas, incluindo o combate à precariedade no
emprego, a dinamização da contratação coletiva com valorização das
carreiras e dos salários, a "exigência de responsabilidade social das
empresas que beneficiam de apoios financeiros públicos" e a atualização
dos salários e das condições de trabalho.Entre
as propostas está o aumento do Acréscimo Regional ao Salário Mínimo
Nacional para os 10% e a subida da remuneração complementar para os 100
euros.