CGD com 30 mil pedidos para moratórias de crédito no valor de 2,4 mil ME
Covid-19
22 de abr. de 2020, 11:22
— Lusa/AO Online
Segundo Paulo Macedo, que está a ser ouvido nas comissões parlamentares de Orçamento e Finanças e de
Economia, o banco público tem mais de 20 mil pedidos moratórias em
créditos de particulares (créditos à habitação), no valor de 1,4 mil
milhões de euros, e cerca de 10 mil pedidos de moratórias de empresas
(créditos de empresas), no valor de cerca de mil milhões de euros.O
presidente da CGD disse ainda que a isto acrescem as moratórias
disponibilizadas pela CGD, mas nessas não indicou o número de pedidos,
referindo, contudo, que o banco tem uma quota pequena no crédito ao
consumo, pelo que é "muito menor" a quantidade de moratórias que dará
para operações de crédito ao consumo.Desde
final de março está em vigor a lei que permite a suspensão dos
pagamentos das prestações de créditos à habitação e créditos de empresas
(capital e/ou juros) por seis meses, de abril a setembro.Já
na semana passada, os principais bancos que operam em Portugal
acordaram moratórias para crédito ao consumo (não abrangido pela lei do
Governo) e crédito à habitação, sendo que neste podem aceder à moratória
clientes com quebras de 20% nos seus rendimentos (que a lei do Governo
também não abrange).O presidente do BCP
disse na terça-feira, no parlamento, que o banco tem atualmente 80 mil
moratórias de créditos (tanto públicas como privadas), no valor total de
4,5 mil milhões de euros.O presidente do
Santander Totta, por seu lado, indicou que o banco tem 70 mil moratórias
de créditos no valor de 7,5 mil milhões de euros.Questionado
pela deputada do BE Mariana Mortágua sobre a CGD ter menores moratórias
de crédito do que outros bancos, Macedo começou por indicar que logo no
crédito ao consumo terá menores, uma vez que a quota é menor.Contudo,
disse, a própria CGD está a analisar o motivo por que sendo o banco
líder no crédito à habitação não teve mais pedidos de moratórias em
crédito à habitação, avançando que poderá estar relacionado com a base
média de clientes da CGD não ter sido afetada no emprego, por serem mais
pensionistas e funcionários públicos.Ainda
na audição de hoje no parlamento, o presidente da CGD falou das linhas
de crédito covid-19 (garantidas pelo Estado) para apoio a empresas,
referindo que o banco público tem 4,3 mil milhões de euros aprovados no
total de 26 mil operações.Ainda segundo o
presidente do banco público, entre o financiamento que a CGD tem
pré-aprovado, as linhas de crédito abertas e os empréstimos já
transferidos para as contas dos clientes, o valor que a CGD tem
disponível para empresas ascende a 10,7 mil milhões de euros.Na
terça-feira, o BCP disse que tem 4,3 mil milhões de euros de crédito
para empresas, no âmbito de linhas covid-19, e o Santander Totta indicou
que tem aprovados 2.000 milhões de euros.Esta
semana, o parlamento está a ouvir os presidentes dos principais bancos
sobre as medidas do setor de apoio a famílias e empresas e nomeadamente
sobre as dificuldades colocadas pelos bancos para emprestarem dinheiro a
empresas muito afetadas pela crise da covid-19.Ainda hoje será ouvido o presidente executivo do Novo Banco, António Ramalho.