César diz que novas afirmações de Marcelo são mais apropriadas à função presidencial
Habitação
22 de mar. de 2023, 12:25
— Lusa/AO Online
Esta
posição foi transmitida por Carlos César numa conferência de imprensa
destinada a apresentar o programa de comemorações dos 50 anos de
fundação do PS, depois de questionado sobre o atual estado das relações
institucionais entre Presidente da República e o primeiro-ministro,
António Costa, sobretudo depois de o chefe de Estado ter feito duras
críticas às medidas do executivo para o setor da habitação.“Achei
que as declarações do senhor Presidente da República desta manhã
tiveram um registo mais apropriado à função presidencial e até
pedagógico. Creio, aliás, que esse registo é mais útil à estabilidade do
país e ao bom Governo de Portugal”, declarou Carlos César, membro do
Conselho de Estado.Perante a insistência
dos jornalistas neste ponto, Carlos César disse ficar satisfeito com o
seguinte: “Aquilo que achava que o Presidente da República deveria ter
dito anteontem [na segunda-feira] foi aquilo que disse hoje de manhã”.O presidente do PS recordou depois que o conjunto de medidas do Governo ainda será alvo de um debate no parlamento.Na
segunda-feira, em visita às instalações da CMTV, o Presidente da
República considerou que o pacote do Governo para a habitação, em termos
globais, "tal como está concebido, logo à partida, é inoperacional,
quer no ponto de partida, quer no ponto de chegada".Marcelo
Rebelo de Sousa equiparou globalmente o pacote de medidas anunciado
Governo - muitas delas ainda por aprovar em Conselho de Ministros - às
"chamadas leis cartazes", que "aparecem a proclamar determinados
princípios programáticos mais panfletários, mas a ideia não é
propriamente que passem à prática, não, é que fiquem leis cartazes".Esta
foi a posição do chefe de Estado que mereceu reparos por parte do
presidente do PS e Carlos César que fez contrastar com as declarações
agora proferidas por Marcelo Rebelo de Sousa sobre o mesmo assunto.Antes de partir para a Cimeira Ibero-Americana, Marcelo Rebelo de Sousa
afirmou que o Presidente da República, “obviamente não é nem nunca será
líder da oposição” e insistiu que as medidas do Governo para o setor da
habitação deviam ter ido mais longe.“O
Presidente acha que talvez se pudesse ir um pouco mais longe, o
primeiro-ministro acha que não, que chega ficar onde fica e por isso
apresentou o que fica. Veremos depois se a habitação e se o apoio aos
inquilinos e aos que neste momento estão a sofrer com os juros do
crédito à habitação, se aquilo que é aprovado, consegue atingir os
objetivos, ou não”, afirmou.