César Boaventura condenado a três anos de prisão com pena suspensa
7 de fev. de 2025, 12:39
— Lusa/AO Online
O coletivo de juízes do Tribunal
São João Novo, no Porto, frisou que a suspensão da pena fica
condicionada ao pagamento de 36 mil euros, valor resultante dos
benefícios que César Boaventura obteve.Desta
forma, os magistrados determinaram que os 36 mil euros deverão ir sendo
pagos em depósitos de seis em seis meses, sem especificar o valor
desses mesmos depósitos.A Operação
Malapata está relacionada com a transferência de jogadores e contas
bancárias através das quais circulavam milhares de euros.César
Boaventura, que estava acusado de 10 crimes, foi condenado apenas por
três, um de fraude fiscal e dois de falsificação de documentos, tendo
sido absolvido dos de burla qualificada e de branqueamento de capitais.
“Tendo em conta tudo o que li e vi acho
que devia fazer uma inflexão do seu modo de atuação porque me parece
que, se não fizer uma inflexão, pode ter dissabores ainda maiores”,
disse o presidente do coletivo de juízes. E acrescentou: “Parece que não cometeu nada de mal, mas eu digo que sim, que tem de mudar”. Além disso, o juiz presidente alertou César Boaventura de que tem problemas com o jogo e que tem de ter cuidado com isso. Recorde-se
que a 20 de junho de 2024, o Ministério Público (MP) pediu, nas
alegações finais, oito a 10 anos de prisão para César Boaventura e penas
próximas do mínimo legal, mas com execução suspensa, para os outros
arguidos.À saída do tribunal, César
Boaventura, que não quis prestar declarações aos jornalistas, disse
apenas que “a montanha pariu um rato”.Por seu lado, o advogado, José Catarino, afirmou que vai analisar o acórdão e, depois, decidir se vai recorrer da decisão. Os restantes quatro arguidos foram absolvidos. Em
fevereiro de 2024, César Boaventura foi condenado a três anos e quatro
meses de prisão, suspensa na sua execução, por três crimes de corrupção
ativa no futebol.O Tribunal de Matosinhos
deu como provado o aliciamento aos ex-jogadores do Rio Ave Cássio,
Marcelo e Lionn para que facilitassem num desafio com o Benfica, na
temporada 2015/16, a troco de contrapartidas financeiras e contratuais,
mas ilibou o empresário do crime de corrupção em forma tentada ao antigo
guarda-redes do Marítimo Romain Salin.