CESA quer Representante da República a mediar relação entre governo dos Açores e nacional
24 de mai. de 2023, 17:23
— Lusa
“Não
queremos saber de quem é a culpa. O certo é que os prejudicados são os
açorianos deste relacionamento que não se coaduna com as exigências de
um pais de direito e de um relacionamento são entre as diversas partes
do território nacional”, afirmou Gualter Furtado.O
líder do CESA, que falava aos jornalistas em Ponta Delgada após o
plenário daquele conselho, adiantou que uma “grande preocupação”
demonstrada pelos parceiros sociais foi a relação entre o governo da
República e o executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM).Face a “um péssimo relacionamento que não dignifica nem o Estado nem os Açores”, Gualter Furtado apelou à intervenção do RR.“Ele
[RR] tem de saber interpretar esta situação que estamos a viver e tem
de a levar aos órgãos da república. O senhor Representante da República
tem de ter uma palavra e uma intervenção naquilo que se está a passar”,
assinalou.Gualter Furtado apelou ao
diálogo entre os Governos, alertando que existem “dossiês em cima da
mesa que ameaçam eternizar-se”, classificando como um “escândalo” o
processo da construção de uma nova cadeia em São Miguel, o financiamento
à Universidade dos Açores e as obras de recuperação dos prejuízos
provocados pelo furacão Lorenzo.“Ninguém
ganha com isso. É preciso haver um entendimento quanto ao quadro
financeiro e a assunção de responsabilidades. Uns dizem que uma parte
tem razão, outros dizem que não. Mas eles têm de se entender. Sentar à
mesa e dialogar”, avisou.O economista
alertou que a “sociedade açoriana não se revê” naquele tipo de relação e
adiantou que o CESA vai realizar um plenário para abordar a relação
entre o Estado e a região.“Acho que não é
só uma questão político-partidária. É uma questão de ineficiência das
instituições. Até de uma certa irresponsabilidade das instituições. Há
situações, e eu fico-me por aqui, que são de bradar aos céus. Isso não
pode continuar”, reforçou.A 15 de maio, o
secretário das Finanças, Planeamento e Administração Pública, Duarte
Freitas, afirmou que a dívida da República à Região Autónoma dos Açores
ronda os 85 milhões de euros.Na
sexta-feira, o presidente do Governo dos Açores considerou que o país “é
uno”, a propósito da aspiração da agricultura regional ser abrangida
pelas medidas nacionais para a estabilização de preços dos bens
alimentares.De acordo com o líder do
executivo açoriano, “um governo prestigia-se por ser justo, por olhar a
dimensão do seu território, do seu povo e sua economia”, sendo que a
“injustiça” deve ser combatida com a “reclamação” e “o silêncio não é
opção”.