Cerca de metade da população mundial em 2021 tinha uma doença neurológica
15 de mar. de 2024, 07:32
— Lusa/AO Online
De acordo com o estudo,
3,4 mil milhões de pessoas no mundo eram afetadas em 2021 por uma doença
neurológica, com o Acidente Vascular Cerebral (AVC), a encefalopatia
neonatal, a enxaqueca, a doença de Alzheimer e outras demências, a
neuropatia diabética, a meningite, a epilepsia e o cancro a serem os
maiores responsáveis pela perda de saúde ao nível do sistema nervoso.O
estudo, que avaliou o peso das doenças, lesões e fatores de risco,
salienta que o número de pessoas que viveram ou morreram entre 1990 e
2021 com patologias neurológicas, como AVC, doença de Alzheimer e outras
demências ou meningite, cresceu substancialmente devido não só ao
aumento e envelhecimento da população, mas também devido ao "aumento da
exposição a fatores de risco ambientais, metabólicos e de estilos de
vida".Em 2021, as cefaleias de tensão e as
enxaquecas afetavam, juntas, cerca de 3,1 mil milhões de pessoas à
escala global, segundo as estimativas plasmadas no trabalho publicado
pela The Lancet Neurology, que realça que a neuropatia diabética foi a
doença neurológica que mais cresceu de 1990 a 2021, tendo os casos mais
do que triplicado, atingindo 206 milhões de pessoas no mundo há três
anos."Tal está alinhado com o aumento da
prevalência global da diabetes", sublinhou, citada em comunicado pela
revista médica, uma das coautoras do estudo, Liane Ong, do Instituto de
Métricas e Avaliação de Saúde da Universidade de Washington, nos Estados
Unidos.O estudo concluiu que em 2021 as
patologias neurológicas foram as principais responsáveis pelo peso das
doenças à escala global, à frente das doenças cardiovasculares, devido
aos anos de perda de vida saudável por doença, incapacidade ou morte
prematura.A África subsariana foi a região do planeta que teve mais peso nas doenças do sistema nervoso."Muitas
estratégias atuais para reduzir as doenças neurológicas têm baixa
eficácia ou não são suficientemente aplicadas, como é o caso em algumas
das doenças de crescimento mais rápido, mas em grande parte evitáveis,
como a neuropatia diabética e as doenças neonatais. Para muitas outras
doenças não há cura, o que releva a importância de um maior investimento
e investigação em novas intervenções e nos fatores de risco
potencialmente modificáveis", sustentou, citado no mesmo comunicado, o
neurologista Valery Feigin, coautor do estudo e que dirige o Instituto
de Neurociência Aplicada da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia.