Autor: Lusa/AO Online
As crianças, que começaram a chegar às 07:30 à escola, empunhavam cartazes onde se lia “Queremos escola nova – Não remendada” e gritavam em uníssono “Queremos nova escola”, na presença de cinco agentes da PSP.
“O nosso intuito aqui hoje e, principalmente dos alunos desta escola, é mostrar o descontentamento perante esta situação. De facto, existe uma escola que necessita de melhores condições para os alunos e o que dizem é que será feita uma requalificação e não uma nova escola”, disse à agência Lusa a representante dos pais.
Noémia Ventura adiantou que, desde 2007, existe a promessa da construção de uma nova escola na freguesia das Capelas, mas o Governo Regional dos Açores quer agora proceder a obras de requalificação.
“Desde 2007 que isso já se espera, mas agora o discurso é diferente, o discurso é de haver uma requalificação e não a construção de um edifício novo”, declarou.
Segundo informações recolhidas pelos pais, “chegou a haver um concurso em 2014 para construção de uma nova escola”, a única solução desejada pelos encarregados de educação.
“Sabemos perfeitamente que o bloco D já está fechado e está prestes a ruir”, adiantou Noémia Ventura, apontando que outro dos problemas é “o telhado, que contém substâncias de amianto”, situação que “prejudica fortemente a saúde dos alunos, dos professores e dos auxiliares que trabalham aqui diariamente”, afirmou.
Noémia Ventura apelou ainda “à comparência dos pais” na reunião que está agendada para terça-feira, às 18:30, na escola, com a presença do secretário Regional da Educação e Cultura.
A escola de Capelas acolhe cerca de 900 alunos. A 18 de janeiro, o executivo açoriano anunciou o encerramento, por razões de segurança, do bloco D, ocupado por cerca de 240 alunos.
Segundo uma nota do executivo, a decisão “fundamenta-se no resultado de um estudo efetuado pelo Laboratório Regional de Engenharia Civil (LREC), na sequência de uma avaliação às instalações solicitada recentemente pela Direção Regional da Educação”.
A mesma nota esclarece que, na sequência do trabalho do LREC, concluiu-se que “a estrutura do bloco D não assegura a segurança de pessoas e bens, tendo em conta o valor muito baixo da resistência à compressão do betão aplicado nos pilares”, pelo que este bloco, que foi construído posteriormente ao restante corpo do edifício escolar, deveria ser desocupado “de imediato”.