Cerca de 45% das mortes de crianças com menos de cinco anos são de subnutrição
22 de dez. de 2023, 12:48
— Lusa/AO Online
Para
um crescimento e desenvolvimento adequados, o organismo necessita de
micronutrientes para produzir enzimas, hormonas e outras substâncias
essenciais, segundo a OMS.A organização
salientou que a ingestão inadequada de vitaminas e minerais, bem como as
carências de iodo, vitamina A e ferro, representam uma grande ameaça
para a saúde e o desenvolvimento das populações de todo o mundo, em
especial das crianças e das mulheres grávidas dos países com baixos
rendimentos.Neste sentido, a OMS
identifica quatro tipos principais de subnutrição: emaciação (baixo peso
para a altura); atraso de crescimento (baixa altura para a idade); peso
insuficiente (baixo peso para a idade); e deficiências de vitaminas e
minerais. Devido à subnutrição, as crianças, em particular, são muito mais vulneráveis à doença e à morte, de acordo com a OMS.Os
dados da organização revelam também que 52 milhões de crianças com
menos de cinco anos são emaciadas; 17 milhões são gravemente emaciadas;
155 milhões são raquíticas; e 41 milhões têm excesso de peso ou são
obesas.O excesso de peso, a obesidade e as
doenças não transmissíveis relacionadas com a alimentação, como as
doenças cardíacas, a diabetes e alguns cancros, são outras condições
relacionadas com deficiências, excessos e desequilíbrios na ingestão de
calorias e nutrientes. Dentro deste grupo, destaca-se também a
subnutrição ligada a excessos ou deficiências de micronutrientes.O
excesso de peso e a obesidade podem resultar de um desequilíbrio entre
as calorias consumidas (demasiadas) e as calorias gastas
(insuficientes), enquanto as doenças não transmissíveis relacionadas com
a alimentação incluem as doenças cardiovasculares (como os ataques
cardíacos e os acidentes vasculares cerebrais, frequentemente associados
à hipertensão arterial), alguns cancros e a diabetes.A
OMS declara que tem como objetivo eliminar todas as formas de
subnutrição a nível mundial e garantir que todas as populações
tenham saúde e bem-estar. No âmbito da
estratégia de nutrição 2016-2025, a OMS trabalha com os Estados-Membros e
os parceiros para alcançar o acesso universal a intervenções
nutricionais eficazes e a regimes alimentares saudáveis, com sistemas
alimentares sustentáveis e resilientes.De
acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), cerca de
45 milhões de crianças correm o risco "iminente" de sofrer doenças,
desnutrição ou deslocação na África Oriental e Austral devido à crise
humanitária resultante das alterações climáticas.Entre
janeiro e setembro de 2023, mais 24% de crianças foram tratadas por
desnutrição aguda grave do que no mesmo período de 2022, segundo a
Unicef.