Cerca de 10 mil pacientes transferidos para hospitais da UE
Ucrânia
15 de mar. de 2022, 17:25
— Lusa/AO Online
“Numa primeira ronda de
compromissos, assegurámos mais de 10 mil camas em hospitais de outros
Estados-membros [a partir da Polónia] para transferir pacientes que
necessitam de cuidados”, anunciou a comissária europeia da Saúde,
Stella Kyriakides.Falando em conferência
de imprensa, em Bruxelas, após uma videoconferência extraordinária de
ministros da Saúde da UE, a responsável especificou que “estas incluem
camas para doentes pediátricos, para recém-nascidos e as suas mães, para
doentes com cancro, para os que têm queimaduras e para os que
necessitam de tratamento em unidades de cuidados intensivos”.Em
causa está, segundo a comissária europeia da tutela, um novo mecanismo
de solidariedade na UE para facilitar a retirada médica das pessoas que
necessitam de tratamento e cuidados hospitalares especializados, numa
altura em que centros médicos (como maternidades) são visados pelas
forças russas.“Os primeiros pacientes
pediátricos foram transferidos esta semana da Polónia para Itália, onde
receberão cuidados pediátricos especializados e estamos à espera de mais
transferências a seguir”, referiu.Vincando
que a UE está “mais unida do que nunca contra as brutalidades que
acontecem na Ucrânia”, Stella Kyriakides indicou que Bruxelas,
juntamente com os Estados-membros, tem estado a “enviar coletivamente
equipamento médico, medicamentos, camas e muito mais para a Ucrânia e
para os países vizinhos”.“Mas é necessária
muito mais assistência médica porque, além dos controlos sanitários de
rotina, cada pessoa que foge à guerra na Ucrânia tem de receber os
cuidados de saúde de que necessita, quer se trate de cuidados de
emergência ou de tratamento de doenças crónicas”, alertou a comissária
europeia da tutela.Em concreto, “é
realmente crucial que os sistemas nacionais de saúde, especialmente nos
países vizinhos da Ucrânia que enfrentam a chegada sem precedentes de
necessitados, não fiquem sobrecarregados agora, após dois anos de luta
para manter a pandemia sob controlo”, concluiu, instando a “vacinações
regulares” contra doenças como tuberculose, poliomielite, covid-19 ou
outras doenças infecciosas.A posição surge
depois de, há uma semana, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das
Doenças ter alertado que pessoas que fogem da Ucrânia, devido à guerra
causada pela invasão russa, são vulneráveis a doenças infecciosas, como a
covid-19, e algumas não estão vacinadas.Numa
altura em que se estima que mais de três milhões de pessoas, incluindo
mais de 1,4 milhões de crianças, fugiram para os países vizinhos da
Ucrânia, como Polónia, Hungria, Moldova, Roménia e Eslováquia, estima-se
que a maioria diga respeito a mulheres e crianças que, segundo as
autoridades, passam até 60 horas nos postos fronteiriços a temperaturas
muito baixas.Há pouco mais de uma semana,
os Estados-membros da UE chegaram a um “acordo histórico” para ativar,
pela primeira vez, a diretiva que concede proteção temporária no bloco a
refugiados, dirigida aos ucranianos que fogem da invasão russa.Com
a ativação da diretiva, pela primeira vez em 20 anos, é dada
autorização de residência (que pode durar de um ano a três anos), acesso
a emprego, a alojamento ou habitação, a bem-estar social ou aos meios
de subsistência, a tratamento médico e educação para menores e garantias
para o acesso ao procedimento normal de asilo.