Cerca de 1.300 taxistas concentrados em Lisboa, Porto e Faro
19 de set. de 2018, 08:50
— Lusa/AO Online
De acordo com
representantes do setor, a essa hora o protesto concentrava em Lisboa
cerca de mil taxistas, numa fila entre os Restauradores e a zona do
Saldanha.A organização deu ainda conta da concentração de pelo menos 100 profissionais no Porto e de 200 em Faro.A polícia não tem fornecido, nos locais abrangidos pelo protesto, números sobre o número de participantes.Os
taxistas manifestam-se hoje nas três cidades contra a entrada em vigor,
em novembro, da lei que regula as quatro plataformas eletrónicas de
transporte que operam em Portugal – Uber, Taxify, Cabify e Chauffeur
Privé. Este protesto não envolve a realização de uma marcha lenta, mas o
estacionamento das viaturas nas ruas.Desde
2015, este é o quarto grande protesto contra as plataformas que agregam
motoristas em carros descaracterizados, cuja regulamentação foi
aprovada, depois de muita discussão, no parlamento, em 12 de julho. Pelas
05:00, as viaturas começaram a chegar à Praça dos Restauradores, em
Lisboa, ocupando depois as avenidas da Liberdade, Fontes Pereira de Melo
e da República (sem estacionarem no Marquês de Pombal).A
Praça dos Restauradores e a Avenida da Liberdade estarão cortadas ao
trânsito, desde as 05:00, com exceção para os veículos de emergência,
polícia e transporte coletivo de passageiros, tendo sido recomendada a
utilização dos transportes públicos. A Avenida Fontes Pereira de Melo,
Saldanha e Avenida da República estão condicionadas, uma vez que os
taxistas ficam estacionados nas faixas 'bus'.Os
autocarros de e para o Aeroporto de Lisboa estão ajustados, sendo
reforçadas as carreiras 783 da Carris (Aeroporto-Marquês de Pombal) e os
Aerobus 1 e 2 da Carristur. O Metropolitano de Lisboa irá monitorizar a
evolução da procura e, se necessário, efetuará um aumento de oferta na
medida dos recursos disponíveis.No
Porto, as viaturas concentram-se na Avenida dos Aliados, desde as
06:00, e em Faro o protesto arrancou pelas 07:00, na Estrada Nacional
125-10, junto ao aeroporto.A
legislação foi promulgada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo
de Sousa, em 31 de agosto. A entrada em vigor acontece em 01 de
novembro, mas o setor do táxi marcou a manifestação precisamente com a
intenção de que esta não venha a ser aplicada.Os
representantes do setor do táxi enviaram à Assembleia da República um
pedido para serem hoje recebidos pelos deputados, a quem vão pedir que
seja iniciado o procedimento de fiscalização sucessiva da
constitucionalidade do diploma e que, até à pronúncia do Tribunal
Constitucional, se suspendam os efeitos deste, “por forma a garantir a
paz pública”.Um
dos principais ‘cavalos de batalha’ dos taxistas é o facto de na nova
regulamentação as plataformas não estarem sujeitas a um regime de
contingentes, ou seja, a existência de um número máximo de carros por
município ou região, como acontece com os táxis.A
dois dias da manifestação, o Governo enviou para as associações do táxi
dois projetos que materializam alterações à regulamentação do setor do
táxi, algo que os taxistas consideraram "muito poucochinho", defendendo
que o objetivo do Governo foi “desviar as atenções” da concentração
nacional de hoje.