CEO tentou retirar competências a Alexandra Reis antes da rescisão

TAP

29 de mar. de 2023, 17:35 — Lusa/AO Online

“Daquilo que conseguimos apurar, há uma conversa inicial em que a CEO [presidente executiva, Christine Ourmières-Widener] tentou de alguma forma retirar competências à engenheira Alexandra Reis, e no momento seguinte entendeu que não estavam reunidas condições para continuar a trabalhar com ela”, afirmou o inspetor-geral de Finanças, António Ferreira dos Santos, que está a ser ouvido da comissão parlamentar de inquérito à tutela política da gestão da TAP.Segundo o inspetor-geral, Ourmières-Widener expressou que havia um “desajustamento de opiniões” com Alexandra Reis.Questionado pelo deputado socialista Carlos Pereira, o inspetor-geral disse ainda que, nos esclarecimentos à IGF após ter sido noticiada a indemnização de meio milhão de euros, Alexandra Reis nunca referiu o ‘e-mail’ enviado ao então ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, a colocar o lugar em disposição, em dezembro de 2021, antes do acordo para sair da TAP.O Governo anunciou a exoneração da presidente executiva da companhia aérea, Christine Ourmières-Widener, e do presidente do Conselho de Administração, Manuel Beja, em 06 de março, depois de anunciados os resultados de uma auditoria da IGF, que concluiu que o acordo para a saída de Alexandra Reis é nulo e grande parte da indemnização de perto de meio de milhão de euros terá de ser devolvida. A polémica começou no final de dezembro, altura em que o Correio da Manhã noticiou que a então secretária de Estado do Tesouro tinha recebido uma indemnização de cerca de 500.000 euros para sair dois anos antes do previsto da administração da empresa.O processo foi negociado ao abrigo do código das sociedades comerciais, quando a TAP está abrangida pelo estatuto do gestor público.O caso motivou uma remodelação no Governo, incluindo a saída do ex-ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos.