Centro europeu apela a “medidas rigorosas” na UE após casos detetados em França
Vírus
27 de jan. de 2020, 13:09
— Lusa/AO Online
“Os países
da UE e do Espaço Económico Europeu devem garantir a aplicação de
medidas rigorosas e oportunas de prevenção e controlo de infeções em
torno dos casos detetados […], a fim de evitar uma maior disseminação na
comunidade e nos serviços de saúde”, vinca o Centro Europeu de
Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC, sigla em inglês) numa
comunicação feita esta manhã na sua página na Internet.De
acordo com este organismo da UE, se os Estados-membros adotarem tais
medidas, “a probabilidade de uma maior disseminação […] é considerada
baixa”.Por esta razão, o ECDC manteve na
categoria de ‘moderado’ o risco de contágio deste coronavírus na UE,
após uma nova avaliação feita no domingo, que se seguia a duas outras
feitas, respetivamente, há uma e há duas semanas.Nessa
avaliação, este centro europeu considerou, então, ser ‘moderada’ a
possibilidade de importação de casos adicionais para os países da UE e
do Espaço Económico Europeu, bem como de contágio de cidadãos europeus
que residem ou visitam Wuhan, na China, onde o surto terá começado.Falando
sobre a situação na conferência de imprensa diária da instituição, em
Bruxelas, o porta-voz do executivo comunitário Stefan de Keersmaecker
indicou que, “hoje à tarde, haverá uma reunião do comité de saúde e
segurança, também no seguimento da avaliação de risco feita pelo ECDC, e
nessa reunião serão discutidos os últimos desenvolvimentos, tendo em
conta os primeiros casos confirmados na UE, em França, no fim de
semana”.De acordo com este responsável,
“um importante tópico que será discutido nesta reunião diz respeito às
medidas preventivas adotadas pelos Estados-membros, incluindo a nível
hospitalar, para lidar com possíveis novos casos, formas de comunicar à
população conselhos de viagem e de prevenção e ainda a coordenação das
respostas”.Stefan de Keersmaecker não adiantou se, desta reunião, sairá algum aviso adicional.Já
questionado na ocasião sobre a possível retirada de cidadãos europeus
das províncias chinesas mais afetadas pelo coronavírus, o porta-voz
disse que essa é uma decisão que cabe aos Estados-membros.“Se houver uma decisão nesse sentido, a Comissão está pronta para apoiar”, concluiu.A
China elevou hoje para 80 mortos e mais de 2.700 infetados o balanço do
novo coronavírus detetado no final do ano em Wuhan, capital da
província de Hubei (centro).As autoridades
anunciaram 24 novas mortes desde domingo na região de Hubei, mas não
registaram óbitos provocados pelo vírus fora daquela província.Além
do território continental da China, também foram reportados casos de
infeção em Macau, Hong Kong, Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia do Sul,
Estados Unidos, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, França, Austrália e
Canadá.As autoridades chinesas admitiram que a capacidade de propagação do vírus se reforçou.As
pessoas infetadas podem transmitir a doença durante o período de
incubação, que demora entre um dia e duas semanas, sem que o vírus seja
detetado.O Governo decidiu prolongar o
período de férias do Ano Novo Lunar, que deveria terminar na
quinta-feira, para tentar limitar a movimentação da população.O
diretor da Organização Mundial de Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, é
esperado em Pequim para discutir a situação com as autoridades chinesas.