Centro do Atlântico aumenta para 20 o número de países aderentes
17 de mai. de 2022, 15:05
— Lusa/AO Online
“Este
ano, permitiu-nos alargar o número de países que aderiram à iniciativa.
Tínhamos 16, temos agora 20. Estamos a trabalhar para podermos ter
mais”, adiantou a coordenadora do Centro do Atlântico, em declarações à
Lusa.Licínia Simão falava, na base das
Lajes, na ilha Terceira, à margem da segunda edição do curso de
segurança marítima, promovido pelo Centro do Atlântico, que começou esta terça-feira e decorre até sexta-feira.Em maio de
2021, assinaram uma declaração política conjunta, que oficializou a
criação do Centro do Atlântico, 16 países: Portugal, Alemanha, Angola,
Brasil, Cabo Verde, Espanha, Estados Unidos da América, França, Gâmbia,
Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Marrocos, Reino Unido, São Tomé e
Príncipe, Senegal e Uruguai.A estes juntaram-se, entretanto, Camarões, Colômbia, Holanda e Nigéria.Na
altura, o então ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho,
anunciou um investimento de cerca de três milhões de euros na
recuperação de um edifício para acolher a sede do Centro do Atlântico,
na ilha Terceira.A centro vai funcionar na
antiga unidade de saúde da base das Lajes, que foi utilizada pela Força
Aérea norte-americana e ficou desocupada aquando da redução militar que
ocorreu a partir de 2015.Questionada sobre a recuperação deste edifício, Licínia Simão disse que deverá acontecer “o mais breve possível”.“Queremos
mesmo muito que se comece a recuperação das instalações. Depois de
começar, vamos ter cerca de um ano de obras a decorrer. Eu espero que
esta ministra possa vir aqui lançar a primeira pedra e a inaugurar as
instalações e possamos ter uma equipa permanentemente nas Lajes a
reforçar a dinâmica da base aérea”, adiantou.O
curso de segurança marítima, realizado pelo segundo ano na base das
Lajes, tem inscritos 30 auditores de nove países atlânticos (Angola,
Brasil, Camarões, Estados Unidos da América, Gana, Guiné-Bissau,
Marrocos, Portugal e Senegal).Subordinado
ao tema “Segurança Marítima e Segurança Humana”, o curso conta com a
participação de oradores portugueses e estrangeiros de instituições como
a NATO, as Nações Unidas, a União Europeia e instituições académicas
internacionais.A iniciativa é organizada
pelo Centro do Atlântico, em parceria com o Instituto da Defesa
Nacional, o Comité de Perspetiva de Género da NATO e o Ministério da
Defesa dos Camarões, e com o apoio do Governo Regional dos Açores e da
Base Aérea n.º 4.Segundo Licínia Simão,
este curso é, para já, a “atividade mais significativa” e que “mobiliza
mais pessoas” do Centro do Atlântico, que pretende “promover a
capacitação na área da segurança e do Atlântico”.“Permite
juntar pessoas de todo o Atlântico, com contextos profissionais
diversos. Temos oficiais das forças armadas, da polícia, das outras
áreas da segurança, mas também civis, académicos e gente que vem da área
do privado", afirmou."Representa uma
oportunidade de darmos a conhecer o centro e de promovermos essa
partilha de conhecimento nesta área da segurança marítima em
particular”, acrescentou.No primeiro ano
de atividade, para além destes cursos e de seminários, realizados em
Lisboa, o Centro do Atlântico produziu “relatórios sobre capacitação no
domínio da segurança marítima”, criou um “prémio de investigação”, em
parceria com a Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), e
iniciou alguns diálogos para desenvolver “iniciativas de capacitação em
África”.“Ainda estamos nesta fase de chegar aos outros e dar a conhecer o Centro do Atlântico”, explicou.