Centro de Investigação do Atlântico vai instalar supercomputador em Portugal
21 de nov. de 2017, 08:30
— Lusa/AO Online
"A comissão
instaladora tem representantes de vários países nomeadamente Portugal,
Espanha, Reino Unido, Nigéria, África do Sul, Cabo Verde e Angola,
Brasil, Argentina e Uruguai", avançou à agência Manuel Heitor, em
declarações a partir de Florianópolis, no Brasil. O
ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior está naquela cidade
brasileira para formalizar a criação do Air Center, a instalar nos
Açores, através da assinatura da Declaração de Florianópolis. "São
nove os países que acordaram fundar o Air Center a que se juntam
instituições científicas importantes, como a Universidade do Texas em
Austin", e empresas, explicou o governante. No
sábado, será dado mais um passo para a concretização da iniciativa
descrita por Manuel Heitor como uma "instituição orientada
essencialmente para as interações atlânticas, com uma agenda inovadora
naquilo que é a integração das tecnologias do espaço, oceânicas e para o
clima integrando a ciência da computação e no que hoje se chama a
ciência dos dados". O
protocolo vai ser assinado entre a Fundação para a Ciência e Tecnologia
(FCT), a Universidade do Texas e a Universidade do Minho para lançar as
bases de computação avançada."Está
marcada uma sessão para lançar o acordo com a Universidade do Texas em
Austin para instalar um supercomputador em Portugal que ficará na
Universidade do Minho e que será um dos centros de processamento de
dados para o Air Center", relatou o governante. Além da Universidade de Austin também está no projeto o centro de supercomputação de Barcelona, acrescentou Manuel Heitor."Com
estes dois principais centros de computação, nos Estados Unidos e na
Europa, vamos conseguir ter o acesso a formas de cálculo rápido para
processar muita informação", especificou.A
ideia, acrescentou, é ter também em Portugal um núcleo para o
processamento de dados ligado às questões atmosféricas que afetam os
oceanos. Para
o ministro, a Declaração "é um passo importante e muito relevante" no
estabelecimento da agenda chamada de "interações atlânticas" e inclui a
confirmação da criação do Air Center e da "vontade de um conjunto de
governos, instituições científicas e empresas para garantir" a sua
concretização. Termina
assim a primeira fase do processo iniciado em junho de 2016 e que
envolveu reuniões por todo o mundo e teve a primeira cimeira nos Açores.
A comissão
de instalação tem o objetivo de criar um plano de financiamento e um
plano de desenvolvimento institucional durante o ano de 2018, ficando
igualmente marcadas as próximas reuniões para 08 e 09 de maio, em Cabo
Verde, e em novembro, nas Canárias, como referiu o ministro. A
Declaração confirma a ideia de que o Air Center será uma organização em
rede, ou seja, será formado como uma rede de instituições e polos em
todos os países para que todos possam beneficiar, orientada para a
criação de mais e melhores empregos, baseados no conhecimento, com base
na rede de infraestruturas existentes, disse ainda o ministro. A
comissão de instalação que "tem de definir o plano de investimento e de
despesa, não são ainda firmados compromissos, mas vários países
incluindo Portugal, através da FCT, já se comprometeu a investir no
centro, a Espanha também" e o Brasil, referiu.