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Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos "é excelência" na literacia científica

O Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos, no Faial, Açores, constitui “um espaço de excelência no domínio da literacia científica e ambiental”, permitindo “uma viagem interpretativa” pela erupção vulcânica, destacou o executivo regional


Autor: Lusa/AO Online

Inaugurado em agosto de 2008, o edifício, construído em betão armado, junto às ruínas do farol dos Capelinhos, está parcialmente submerso pelas cinzas do vulcão, que entrou em erupção no mar, a pouco mais de um quilómetro da costa, na freguesia do Capelo.

A erupção começou a 27 de setembro de 1957 e terminou a 24 de outubro do ano seguinte.

Em novembro de 2024, o Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos foi integrado na Rede de Centros de Ciência Viva, como membro associado, juntando-se ao Expolab, na ilha de São Miguel, como únicos representantes da Região, num lote muito restrito, de apenas 21 Centros de Centros que integram esta rede.

Descrevendo o centro como “um espaço que valoriza o património científico e sociocultural”, o secretário regional do Ambiente e Ação Climática, Alonso Miguel, disse que a integração do espaço na Rede de Centros de Ciência Viva "prestigia a Região, em geral, e a ilha do Faial, em particular”.

O secretário regional do Ambiente e Ação Climática dos Açores, Alonso Miguel, participou na sessão “Os Centros Ciência Viva: a diversidade nas suas multidimensões”, integrada no 25.º Encontro da Rede de Centros Ciência Viva.

O governante, citado em nota de imprensa divulgada pelo executivo açoriano, sublinhou a relevância do evento, que se realiza pela segunda vez nos Açores, após uma edição, em 2017, na ilha de São Miguel.

O secretário regional do Ambiente destacou a Rede de Centros Ciência Viva como “um instrumento fundamental para a disseminação do conhecimento e da investigação científica e tecnológica em Portugal”, servindo como uma ponte de “interação e de aproximação” dos cidadãos e das instituições à ciência”.

“Esta integração na Rede de Centros Ciência Viva, representa um passo importante na valorização e divulgação de uma das paisagens mais emblemáticas dos Açores e um dos patrimónios geológicos mais relevantes a nível mundial, que consta, aliás, da lista dos 100 primeiros sítios de interesse geológico do mundo, de acordo com a União Internacional das Ciências Geológicas”, sublinhou o governante com a tutela do ambiente nos Açores.

No entender de Alonso Miguel, trata-se de "uma oportunidade única para garantir o desenvolvimento de projetos colaborativos de investigação e de educação ambiental" que poderão "aprofundar o conhecimento científico sobre este ecossistema único", consolidando o Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos como "um espaço de excelência no domínio da literacia científica e ambiental".

O governante lembrou que o espaço tem sido alvo de distinções e reconhecimentos, nacionais e internacionais, em termos de arquitetura, design e interpretação ambiental.

Alonso Miguel considerou que o Centro acrescenta também "valor e notoriedade" à Rede de Centros Ciência Viva.

O espaço conta "a fascinante história da erupção que originou o terreno emerso mais recente de Portugal”, assinalou.

Alonso Miguel referiu ainda que “este fenómeno representou uma evolução significativa do ponto de vista da ciência e da investigação, uma vez que se trata do primeiro vulcão submarino a ser devidamente estudado e documentado durante toda a sua atividade, levando a uma melhor compreensão sobre formação de ilhas vulcânicas, despertando, por isso, até aos dias de hoje, o interesse da comunidade científica nacional e internacional”.

O 25.° Encontro da Rede de Centros Ciência Viva, que decorre até hoje, constitui "uma oportunidade privilegiada para refletir sobre o impacto científico, social, cultural e económico da Rede Ciência Viva em Portugal", lê-se na nota divulgada.