Centro de artes Arquipélago recebe exposição de Tomaz Borba Vieira
4 de mar. de 2021, 18:17
— Lusa/AO Online
Os
desenhos a tinta-da-china que vão ser exibidos surgem de um período de
convalescença em que o artista “desenvolveu este corpo de trabalho
olhando para as traves do teto do seu quarto”, explica a nota de
imprensa do centro de artes.“Na
horizontal, o que Tomaz vê está acima dele, nas traves de madeira, onde
começa a ver vida a acontecer. Os nós da madeira desenham figuras e ele
passa-as para o papel”, lê-se na descrição do trabalho.A
obra apresenta “figuras antropomorfizadas, macacos e sereias, que
convivem e se relacionam” e é visível “uma comunidade (um ‘nós)” que se
forma no teto de madeira.Entre as figuras há “fios ou linhas que ligam as várias personagens, há caminhos que se percorrem e possibilidades de sonhos”.A
mostra “’nós’ nas traves do sótão”, acrescenta cinco obras a uma série
de desenhos que foram lançados pela editora açoriana Letras Lavadas,
numa caixa com dez gravuras em formato A3, que abre com o poema “O Circo
da Espera”, de Renata Correia Botelho.Tomaz Borba Vieira nasceu em 1938, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.Estudou
Pintura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, Arte Mural na
Academia de Belas Artes de Florença, Pedagogia na Universidade de Lisboa
e é mestre em Ciências da Educação pela Universidade de Boston.Lecionou
no ensino técnico, preparatório, secundário e superior, tendo passado
por várias escolas de Ponta Delgada, pela Escola de Artes Decorativas
António Arroio e pela Universidade dos Açores.Enquanto
artista, já apresentou o seu trabalho em cerca de 30 exposições
individuais e 70 exposições coletivas. Fundou o Castelo – Centro
Cultural, na Caloura, ilha de São Miguel, em 2005.Tem
publicados os livros “Herdar Estrelas” (2000), “Degrau de Perda”
(2003), “O Carcereiro da Vila” (2008), “Navegação Interior” (2013) e “O
Lugar da Maçã” (2019).Foi-lhe atribuída a Insígnia Autonómica de Reconhecimento pela Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, em 2006.