Centro de acolhimento temporário de imigrantes será no antigo Hospital Militar de Belém
4 de jun. de 2024, 20:52
— Lusa/AO Online
“O
local escolhido, por consensualização entre o Governo e a Câmara
Municipal de Lisboa e com conhecimento prévio da Área Metropolitana de
Lisboa, é o edifício do antigo hospital militar de Belém, localizado na
Ajuda”, indicou fonte oficial do gabinete do ministro da
Presidência, numa resposta a questões colocadas pela Lusa.Ainda
de acordo com a mesma fonte, o espaço é cedido pelo Ministério da
Defesa Nacional e carece de “pequenas intervenções que serão realizadas
em breve” pelo município de Lisboa, estando já em curso os trabalhos
preparatórios envolvendo a câmara e o Governo.“A
gestão do centro será liderada pela CML [Câmara Municipal de Lisboa],
com apoio do Governo e envolvimento de instituições públicas e da
sociedade civil”, acrescentou ainda o gabinete do ministro da
Presidência, António Leitão Amaro.Hoje de
manhã, em declarações aos jornalistas à margem de uma reunião sobre o
impacto económico da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), o presidente da
Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), não descartou a hipótese de o
antigo hospital militar de Belém ser um dos “vários potenciais locais”
identificados para receber o anunciado centro de acolhimento temporário
de imigrantes.O presidente da Câmara de
Lisboa ressalvou, no entanto, que o local onde será instalado esse
centro seria “uma escolha do Governo”.Já
depois destas declarações de Carlos Moedas, o presidente da Junta de
Freguesia da Ajuda, Jorge Marques (PS), recordou à Lusa “o compromisso”
do município de construir um centro intergeracional no antigo hospital
militar de Belém, “com residência para idosos, com creches”, opondo-se à
eventualidade de o local ser escolhido para acolher imigrantes.Na
segunda-feira, a Junta de Freguesia já tinha distribuído um comunicado,
acusando a Câmara de Lisboa de “traição” e dizendo ter tido
conhecimento pela comunicação social, “com surpresa e estupefação” e
“sem qualquer aviso prévio”, da possibilidade de o hospital militar de
Belém ser transformado num centro de acolhimento para pessoas migrantes.No
comunicado, a junta da Ajuda escreveu ainda que não põe “em causa a
necessidade de se encontrar uma solução” para o “problema humanitário”
das pessoas migrantes sem-abrigo, mas explicitando que “não pode deixar
de se opor a esta solução”.Nas declarações
feitas, Carlos Moedas recordou que a Câmara de Lisboa já havia
pedido “um antigo quartel ou um antigo hospital que pudesse acolher
provisoriamente” pessoas migrantes, estando, por isso, “muito contente”
com o anúncio feito entretanto pelo Governo (PSD-CDS/PP), que incluiu
essa medida no Plano de Ação para as Migrações.“Só
preciso que o Governo me diga onde é que é”, assinalou, confirmando que
há “alguns sítios identificados”, entre os quais o antigo hospital
militar de Belém.Carlos Moedas adiantou também que se iria reunir ainda hoje com o ministro da Presidência sobre o assunto.