Centeno diz que orçamento põe Portugal na “situação normal” de outros países europeus
OE2019
2 de nov. de 2018, 11:00
— Lusa/AO Online
“Este
é um Orçamento particularmente importante pelos números que apresenta,
pelo facto de ser, pela primeira vez, um Orçamento em que o Governo
projeta um quase equilíbrio entre as receitas e as despesas e isso é, de
certa forma, histórico”, declarou o governante, que falava na
Conferência Anual da Ordem dos Economistas, em Lisboa.Segundo
Mário Centeno, o documento coloca ainda, “de forma clara, Portugal, no
contexto europeu, numa situação que é normal nos outros países”.“E
o facto de ser a primeira vez que Portugal pode apresentar um orçamento
com estas características deve ser assinalado”, reforçou o responsável.O
também presidente do Eurogrupo observou que o país entra, assim, “num
regime de normalidade que, infelizmente, não tinha tido antes”, o que
representa “uma enorme responsabilidade para os que executam, aprovam e
desenham” o OE2019.Na
proposta de OE2019, o Governo estima um crescimento do Produto Interno
Bruto (PIB) de 2,2% no próximo ano, uma taxa de desemprego de 6,3% e uma
redução da dívida pública para 118,5% do PIB.O executivo mantém a estimativa de défice orçamental de 0,2% do PIB no próximo ano e de 0,7% do PIB este ano.Falando
sobre esta estimativa do défice para 2019, Mário Centeno disse
tratar-se de “um número histórico” e um “sinal que Portugal entrou, de
facto, num regime distinto”.“Esperamos estar à altura de o cumprir”, adiantou. Na
sua intervenção, o governante reiterou que o OE2019, o quarto e último
desta legislatura, segue “uma trajetória projetada” por este executivo,
baseada na “sustentabilidade das finanças públicas”.“O
pior que pode acontecer às políticas públicas é serem erráticas e
imprevisíveis”, observou, vincando que o documento deve ser “previsível e
resultante de um diálogo”.Fazendo um balanço, Mário Centeno admitiu, porém, que “é evidente que as coisas não correm sempre assim tão bem”.“Mas
desta vez correram e o que projetamos para 2019 é mais um passo num
quadro orçamental executado ao longo da legislatura com o maior rigor,
para trazermos credibilidade às finanças públicas”, salientou.Como exemplo, apontou que “em 2017 Portugal bateu todos os recordes de crescimento, de investimento e de exportações”.“Aquilo
que temos observado em 2018 e o que projetamos para 2019 é um
crescimento normal, mais baixo, mas que tem a sua raiz e a sua origem
nas exportações que - que pesam 45% do PIB - e do investimento”,
adiantou Mário Centeno.Também
presente na ocasião, o secretário de Estado do Orçamento, João Leão,
argumentou que o país “passou de uma economia deprimida para uma
economia em expansão”.E
realçou ainda que 2019 será “o primeiro ano em democracia com contas
próximas do equilíbrio”, situação que permite “olhar o futuro com
confiança”.A votação final global da proposta de OE2019 está agendada para 30 de novembro.