Centenas de peregrinos já em Fátima para a peregrinação de maio

10 de mai. de 2018, 10:11 — Lusa/AO online

Nos parques nas imediações do santuário já acampam fiéis e estacionam-se autocaravanas, mas ainda sobram muitos lugares, um contraste com a peregrinação de 12 e 13 de maio de 2017, quando passavam 100 anos sobre os acontecimentos na Cova da Iria, constatou esta quinta-feira a agência Lusa.“A confusão era total”, recordou José Cunha, de 72 anos, que, à semelhança do ano passado, cedo se instalou para as celebrações da primeira grande peregrinação do ano ao maior templo mariano do país.Acompanhado da mulher, o peregrino, de Vizela, distrito de Braga, chegou na segunda-feira de manhã a Fátima e espera regressar a casa no domingo, após as cerimónias religiosas.“Há um ano estava precisamente aqui”, no mesmo parque, relatou José Cunha, explicando que, apesar dos milhares de peregrinos e da confusão, conseguiu ver o papa Francisco duas vezes.Sobre mais uma deslocação à cidade-santuário, o peregrino justifica-se: “Fátima é onde me sinto bem, mas não é só rezar. Sinto-me em paz”.Depois de elencar os locais que vai percorrendo pela cidade por estes dias, José Cunha acrescentou que a mulher cumpre uma promessa, depois de ter visto ultrapassado um problema nos pés.“Milagre, coincidência, medicamentos?”, pergunta-se, saindo-lhe esta resposta imediatamente: “Não sei explicar”.Não muito distante da autocaravana de José Cunha estava a de Manuel Mendes, de 64 anos, de Lousada, Porto, que à pergunta “onde estava a 13 de maio de 2017”, responde com um sorriso de grande satisfação: “Estava aqui, vi o papa, estive à beirinha dele”.“Foi um momento especial”, confessou Manuel Mendes, desde sábado a residir na autocaravana em Fátima.Sentado no interior de uma tenda, Américo Bonito Santos, peregrino de 69 anos da Póvoa do Varzim, distrito do Porto, adivinha a questão com a frase “também vi” o papa Francisco, como também viu os antecessores Bento XVI e João Paulo II em Fátima.“Há 40 anos que nunca faltei a uma peregrinação de maio”, afiançou Américo Bonito Santos, na “casa” que tornou a montar para a peregrinação e onde manifestou à Lusa um carinho especial pelo papa João Paulo II, que peregrinou três vezes a Fátima.Do sul, de Poceirão, distrito de Setúbal, o casal Rosália e Pascoal Marques chegou na quarta-feira a Fátima “para ficar até domingo”.“Fátima é Fátima”, afirmou Pascoal, de 56 anos, sem mais delongas, para apenas precisar que, sempre que se faz a norte na autocaravana, a primeira noite é, invariavelmente, na cidade-santuário.A mulher, Rosália de 57 anos, acompanhou a peregrinação do papa Francisco pela televisão.“Vi na televisão, com pena de não estar cá, vi tudo”, contou Rosália Marques.A peregrinação internacional aniversária de maio ao Santuário de Fátima, no distrito de Santarém, é presidida pelo cardeal John Tong, bispo emérito de Hong Kong, e tem como tema “Tempo de graça e misericórdia: dar graças pelo dom de Fátima”.As cerimónias, 101 anos depois dos acontecimentos na Cova da Iria, começam às 18:30 de sábado, na Capelinha, e três horas mais tarde é recitado o terço, seguido da procissão das velas e missa.A peregrinação termina no domingo com missa, bênção dos doentes e procissão do adeus, a partir das 10:00.