Censo 2020 revela aumento do número de luso-americanos para 1,454 milhões
21 de set. de 2023, 18:00
— Lusa
A diferença, acima de 48
mil luso-americanos, indica que mais pessoas escreveram “portuguesa” na
questão da origem étnica, depois de uma forte campanha do Conselho de
Liderança Luso-Americano (PALCUS) para incentivar a contagem da
comunidade portuguesa. “Durante o Censo
2020, houve uma oportunidade única para a nossa comunidade provar
finalmente que há força nos números”, disse a presidente do PALCUS,
Katherine Soares, em declarações enviadas à Lusa. “Estamos
contentes porque não só estes números mostram que a nossa comunidade
está a crescer, mas também que a população portuguesa nos Estados Unidos
já não é apenas uma estimativa ou aproximação”, frisou a responsável. “Agora temos números oficiais que nos dizem quantos somos e onde estamos”, declarou. A origem portuguesa é a 13.ª mais registada no país, à frente de origens como suíça, britânica, grega ou dinamarquesa. O
estado com maior população luso-americana é a Califórnia, que agora tem
oficialmente 350.011 pessoas de origem portuguesa contabilizadas. O
número anterior, das estimativas da American Community Survey (ACS), era
de 347 mil. O Massachusetts tem 265.455
luso-americanos, Havai 91.003, Florida 84.486 (um dos estados que mais
tem crescido em população portuguesa), Rhode Island 83.414, Nova Jersey
82.964, Nova Iorque 58.093, Connecticut 50.077 e Texas 40.688. O
Censo 2020 foi o primeiro em que o U.S. Census Bureau atribuiu um
código aos portugueses, com duas subidentificações para açorianos e
madeirenses. Os números anteriores da
população portuguesa nos Estados Unidos advinham de estimativas
oferecidas pelo American Community Survey (ACS) e vinham mostrando um
declínio. No ACS de 2010 os luso-americanos eram 1,405 milhões e no ACS 2015 caíram para 1,372 milhões. Para a presidente do PALCUS, a inversão desta tendência reflete os resultados do trabalho de incentivo feito pela organização. “O
aumento da população portuguesa revelado nos dados do Censo 2020
demonstra que a nossa campanha nacional, Make Portuguese Count, liderada
pela anterior diretora Marie Fraley, foi eficaz ao informar a
comunidade luso-americana sobre a importância de se autoidentificarem
como portugueses”, afirmou Katherine Soares. A
presidente agradeceu a Marie Fraley e às dezenas de “capitães”
(designação para líderes da campanha em várias regiões) que trabalharam
em todo o país durante mais de dois anos para espalhar a palavra “de que
somos portugueses e contamos”. Estes
dados são importantes porque permitem advogar em defesa dos interesses
da comunidade, como mais aulas de português nos distritos escolares e
maior representatividade em eleições.