Autor: Lusa/AO Online
Segundo Rik Peeperkorn, que falava numa videoconferência de imprensa a partir de Gaza, apenas quatro centros especializados no tratamento da malnutrição estão a funcionar e a OMS enfrenta uma grave escassez de alimentos terapêuticos essenciais para assistir os doentes.
As ordens contínuas de evacuação pelas forças israelitas dificultam frequentemente o atendimento a pessoas em situação de malnutrição, num território onde a fome foi declarada há dois meses e agravada por mais de meio ano de bloqueio quase total de Israel à entrada de ajuda humanitária, sublinhou.
Peeperkorn sublinhou que à crise alimentar se junta a falta de água potável, com cerca de um milhão de pessoas – aproximadamente metade da população de Gaza – a viver com menos de seis litros por dia, o mínimo vital considerado necessário.
Na mesma conferência de imprensa, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, recordou que mais de 66 mil pessoas morreram em Gaza em quase dois anos de ataques israelitas, 70% das quais mulheres e crianças, enquanto milhares permanecem desaparecidas.
“A
OMS estava presente em Gaza antes do início do conflito, tem estado
desde então e continuará quando terminar, para ajudar a reconstruir o
sistema de saúde de Gaza e apoiar a sua população”, afirmou o
responsável de nacionalidade etíope.