Celebrado protocolo para melhorar castas de videiras tradicionais dos Açores
6 de dez. de 2023, 16:29
— Lusa
O
protocolo, celebrado na biblioteca da Universidade dos Açores, em
Ponta Delgada, São Miguel, prevê a atribuição do valor global de 65.800
euros para o projeto que “pretende implementar um programa de
revitalização das castas tradicionais utilizando ferramentas
biotecnológicas, recorrendo a conhecimento e tecnologia há muito
implementado na região pelo Centro de Biotecnologia dos Açores”.O
presidente do executivo açoriano, José Manuel Bolieiro, que presidiu à
cerimónia, referiu aos jornalistas que o acordo com a Fundação Gaspar
Frutuoso pretende contribuir para que as castas tradicionais possam ser
“preservadas e valorizadas” e potenciar a fileira do enoturismo no
arquipélago.“A aposta que estamos a fazer
na preservação e na valorização das nossas castas tradicionais no
domínio da viticultura, como sejam o Verdelho, o Arinto dos Açores e o
Terrantêz do Pico é para nós essencial, na qualidade que podemos ter com
base na nossa tradição, de uma imagem distintiva”, disse.José
Manuel Bolieiro explicou que a intenção é fazer o rastreio
fitossanitário das videiras para que sejam evitadas perdas e obter
“elementos de excelência” que possam ser uma referência de identidade
dos Açores, lembrando que a paisagem da cultura da vinha na ilha do Pico
já é uma menção mundial.No âmbito do
protocolo, a Fundação Gaspar Frutuoso, através do Centro de
Biotecnologia dos Açores, irá garantir que a monitorização e a
rastreabilidade das castas tradicionais “elimina os vírus e a perda
agrícola”.Segundo o diretor do Centro de
Biotecnologia dos Açores, Duarte Mendonça, o projeto, que envolverá
“cinco ou seis” dos cerca de trinta investigadores da instituição, vai
colocar à disposição dos viticultores locais “material de qualidade”
para instalação nas suas vinhas.Duarte
Mendonça explicou que as castas tradicionais vão acumulando doenças,
principalmente vírus, que se traduzem na redução e na qualidade do
produto.“O que nós vamos fazer é recuperar
estas castas, de forma a eliminar esses vírus, para torná-las mais
rentáveis para os produtores e para que a qualidade do próprio vinho
seja melhor”, disse.Por sua vez a reitora
da Universidade dos Açores, Susana Mira Leal, referiu que a viticultura
“é uma área que está em crescimento” e pode ser distintiva para o
território.Susana Mira Leal considerou
ainda que a produção vitivinícola nos Açores tem um “potencial muito
grande” ao nível do enoturismo, daí que a Universidade, através da
Escola Superior de Tecnologias e Administração, tenha criado um curso
técnico superior profissional (TeSP) em viticultura e enoturismo.