CDU exige que centro de investigação ‘Okeanos’ fique instalado na Horta
Faial
17 de nov. de 2017, 19:58
— Lusa/AO online
"Qualquer
mudança de estrutura tem que ter em conta que o Departamento de
Oceanografia e Pescas [da universidade] existe aqui e se houver algum
instituto de investigação a ele associado tem de ficar aqui", disse José
Decq Mota, membro da CDU na Assembleia Municipal da Horta, após uma
reunião com o diretor do IMAR, Hélder Silva, e trabalhadores.José
Decq Mota sublinhou que "qualquer interpretação diferente desta",
relativamente à localização do novo instituto de investigação, pode "por
em causa a tripolaridade da Universidade dos Açores", com polos nas
ilhas de São Miguel, Terceira e Faial.Há
cerca de três semanas, Hélder Silva, disse à Antena 1/Açores que o
IMAR, sediado na ilha do Faial, iria fechar, mas que não estavam em
causa despedimentos, porque os funcionários seriam transferidos para um
novo instituto a criar.No dia seguinte, cerca de meia centena de técnicos e investigadores do IMAR manifestaram-se contra o encerramento do instituto."A
notícia sobre o encerramento do IMAR apanhou de surpresa a comunidade
científica e aumentou ainda mais o grau de preocupação sobre o futuro
dos membros do IMAR e sobre o futuro da investigação marinha nos
Açores", lamentou, então, Pedro Afonso, porta-voz dos manifestantes.O
IMAR é uma associação de direito público dedicada à investigação
marinha constituída por diversas universidades nacionais e estrangeiras."Tanto
quanto posso avaliar, o processo de extinção depende da assembleia
geral do IMAR", adiantou o deputado comunista, acrescentando que é
necessário saber primeiro se o instituto "concorre ou não aos planos do
Fundo para Ciência e Tecnologia", e se, não concorrendo, significa que
irá encerrar.Na
sua opinião, qualquer evolução estrutural que vier a ocorrer não pode,
nem deve por em causa "nem a qualidade, nem a produtividade" do polo da
Horta da academia açoriana, onde está sediado o IMAR.José
Decq Mota considerou também inaceitável que muitos investigadores e
técnicos que trabalham atualmente no IMAR, desempenhem funções num
regime laboral que não garante qualquer tipo de estabilidade."Hoje
há centenas, se não milhares de investigadores no país, com
doutoramento feito, e que têm um trabalho completamente precário, e isto
é um sistema completamente injusto e que não é aceitável", frisou.Entretanto,
deputados do PS e do PSD no parlamento dos Açores também já reuniram
com o diretor do IMAR, preocupados com o impacto negativo da eventual
extinção deste organismo que tem um total de 87 investigadores e
técnicos.