CDU/Açores defende recuperação do sistema de quotas leiteiras

Campanha Eleitoral

23 de set. de 2015, 15:01 — Lusa/AO Online

“Na Região Autónoma dos Açores, qualquer situação que ponha em causa a fileira do leite abre um colapso em termos sociais e económicos de uma dimensão significativa”, alertou, em declarações aos jornalistas, numa ação de campanha em que a candidatura distribuiu panfletos e falou com cidadãos na rua e em estabelecimentos comerciais. O comunista sublinhou que o município, no extremo este da ilha da São Miguel, continua a ser um concelho distante, apesar dos acessos construídos nos últimos anos, e um exemplo das “assimetrias profundas” em relação ao município de Ponta Delgada. No “concelho agrícola”, Aníbal Pires realçou que o que preocupa atualmente os produtores de leite foi definido já em 1999 durante um Governo socialista – o fim do sistema de quotas, concretizado este ano - e confirmado pelos executivos seguintes, enquanto o PCP defendeu este “mecanismo de proteção” para “garantir o rendimento digno aos produtores e o escoamento do produto”. No seu entender, as medidas anunciadas pela União Europeia são apenas um “paliativo” e nem o aumento do valor dos apoios resolveria os problemas. “A nossa luta é pela sustentabilidade do setor. Tem de ser por via de um mecanismo como o que vigorou até este ano […] A nossa economia só tem sustentabilidade e só é saudável se continuarmos a ter um setor primário com a dimensão que o nosso tem”, declarou, acrescentando que o regresso do sistema de quotas é possível “desde que se queira” e que outras regiões europeias já tiveram exceções em relação ao leite. Aníbal Pires referiu ainda que a insatisfação demonstrada pelo Governo Regional socialista após um encontro com a ministra da Agricultura, na terça-feira, deveria “transformar-se em revolta e exigência” para defender melhor os agricultores. Os Açores representam 30% da produção nacional de leite e cerca de 50% na produção dos queijos. Nas suas ações de rua, que hoje continuam no concelho da Povoação, a CDU tem passado uma mensagem de que representa uma alternativa e de que a abstenção dá força a quem já está no poder. Aníbal Pires admitiu que na região autónoma as pessoas estão pouco envolvidas nas legislativas de 04 de outubro.